O Opinião conversou com Marcos Margarido, ativista petroleiro ligado à Federação Nacional de Petroleiros (FNP) e candidato a deputado estadual por São Paulo. A campanha de Margarido se concentra na categoria petroleira em Campinas (SP) e já organizou uma Como a categoria petroleira está recebendo sua campanha?
Marcos Margarido – A categoria está recebendo muito bem a campanha, tanto os próprios quanto os terceirizados. Estamos fazendo duas discussões centrais com os trabalhadores, a primeira sobre a necessidade da volta do monopólio estatal do petróleo e de uma Petrobras 100% nacional para evitar que o petróleo continue sendo entregue às multinacionais pelo novo marco regulatório do governo Lula, o sistema de partilha. A outra é a necessidade de acabar com o sistema de terceirização no país para que os trabalhadores de uma mesma empresa tenham os mesmos salários e direitos e para que acabe a divisão imposta pelos patrões entre os trabalhadores, o que dificulta muito nossa luta.

Há uma lista de apoiadores? Como tem sido a participação dos ativistas?
Nas assembleias da Replan que aprovaram a paralisação de oito horas em 3 de setembro, passamos um manifesto de apoio à minha candidatura que obteve 230 assinaturas. Isso corresponde à metade dos que participaram das assembleias. Além disso, há apoio entre petroleiros do terminal de Barueri e da Baixada Santista.
Muitos já estão pedindo “boca de urna” para fazer campanha entre amigos e familiares. Nos bairros operários de Cosmópolis, cidade onde vive a maioria dos trabalhadores terceirizados, também há bastante simpatia pela campanha.

Qual é a relação com a campanha salarial dos petroleiros?
Nas assembleias de aprovação da pauta de reivindicação da categoria, há cerca de um mês, dizíamos que a campanha salarial e a luta direta dos trabalhadores deveriam ser as prioridades do sindicato e dos ativistas. Isso porque corríamos o risco de fazer uma campanha “meia boca” para que os dirigentes sindicais da FUP, atrelados ao governo Lula, fizessem a campanha eleitoral da Dilma. Por isso, com a realização de assembleias e da greve de oito horas, fomos para a porta da refinaria fazer piquete e, ao mesmo tempo, discutir com os petroleiros a necessidade de uma alternativa política. A compreensão dos trabalhadores foi muito grande, indicada pela grande adesão ao manifesto de apoio. É um sinal claro de que eles não rejeitam os candidatos ligados às suas lutas. Infelizmente, nenhum outro candidato participou dos piquetes e das mobilizações para reforçar a luta direta. Preferiram fazer campanha longe da luta.

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