Foto: Sticmb Pará

 
 
Os trabalhadores da construção civil e Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, decidiram por fim a greve da categoria nesta terça-feira (10). A paralisação foi suspensa após acordo entre a patronal e o sindicato da categoria durante reunião mediada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
 
Segundo o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes, a pressão da greve obrigou a patronal a negociar com os trabalhadores, apesar da intransigência inicial. “A patronal manteve uma postura muito dura nesta greve. Com ameaça de descontar os dias parados e ainda havia reduzido a proposta de reajuste de 9% para 7% com a primeira parcela a ser paga agora e 2% somente em janeiro”, disse.
 
Contudo, de acordo com Atnágoras, mesmo diante dessa postura dura a categoria não se intimidou e foi à luta. “Mais de mil operários foram para a porta do TRT durante a reunião o que provocou a negociação”, comemorou.
 
A pressão surtiu efeito e a patronal retrocedeu. Garantiu pagar os 9% de reajuste imediatamente, retroativos a 1° de agosto.
 
Os oito dias parados foram negociados. Quatro dias serão descontados parceladamente, e os outros quatro compensados.
 
O pagamento da quinzena dos trabalhadores também será pago.  A cesta básica ganhou uma cláusula em que o sindicato patronal se compromete em ampliar o número de empresas que fornecem o benefício. Além disso, fica implícito que as que já fornecem não poderão deixar de pagar o beneficio.
 
Os trabalhadores da construção civil do Pará saem dessa greve com sentimento de vitória. “O reajuste foi vitorioso, um dos maiores da construção civil, representa 2,6% de aumento real e acompanha os acordos fechados pela categoria no primeiro semestre”, destacou Atnágoras.
 
Apesar de conquistas importantes, mais uma vez não houve avanço sobre o tema da mulher trabalhadora, “embora as companheiras tenham lutado por essas reivindicações”, comenta o dirigente.
 
A mesa de negociação foi unificada com os sindicatos de trabalhadores da construção civil de Belém, Anananindeua e Marituba. Juntas, essas entidades representam 35 mil operários que serão beneficiados com o acordo.