Fora disparados 111 tiros, 81 só de fuzil

A política de Estado de criminalização da pobreza faz mais vítimas. A polícia militar racista matou mais filhos da nossa classe.
Cinco jovens foram assassinados na noite de sábado, 28 de novembro, após serem baleados no carro em que estavam, na comunidade da Lagartixa, que fica no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio. 
 
As vítimas voltavam de um passeio no Parque Madureira e resolveram sair novamente para fazer um lanche. Eles comemoravam o primeiro salário de um dos jovens e foram surpreendidas pelas dezenas de tiros disparados por policiais militares do 41º BPM (Irajá) na Estrada João Paulo.
 
Carlos Eduardo, Esteves Domingos Júnior, de 20 anos, que fazia um curso técnico em Administração; Wesley Castro Rodrigues, de 25, que trabalhava como engarregado de obras com o pai; o estudante Cleiton Corrêa de Souza, de 18; e o estudante Roberto de Souza Penha, de 16, que tinha acabado de ser admitido com jovem aprendiz, foram metralhados por serem pobres e pretos.
 
Não é exagero quando dizemos que a política racista do Estado Brasileiro, através da sua polícia militar, tira o direito ao futuro desses jovens negros da periferia ceifando suas próprias vidas. Pra eles, o primeiro ato de resistência é sobreviver.
 
A matança dos nossos jovens negros e pobres da periferia não pode ser mais banalizada como briga entre traficantes e polícia. Não podemos aceitar o discurso da mídia e da polícia que transforma nossos jovens em bandidos. Nem mesmo justificar, de qualquer forma, a barbárie policial e suas execuções sumárias. Não podemos cair nesse papinho dos governos de que sempre é um problema do mal caratismo de alguns policiais. Aqui, falamos de um padrão! Estamos falando da polícia que mais mata no mundo. Falamos de uma polícia que tem alvo: o pobre e preto da periferia. Falamos de uma política de estado de criminalização da pobreza que trata todo negro e pobre como bandido em potencial. Falamos de racismo e genocídio. A cada 25 minutos, um jovem negro é assassinado. Falamos de filhos e filhas da classe trabalhadora que tem suas vidas ceifadas todos os dias simplesmente por serem negros. Não podemos nos calar! Vidas negras importam!
 
Toda a solidariedade à família e amigos desses jovens. Estas lágrimas são de todos nós que combatemos o racismo e a violência policial! A estes jovens, o nosso compromisso de seguir lutando para por um fim ao genocídio da juventude negra.
 
 

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