Manifestação envolveu operários e o movimento popular em São Paulo
Redação

Neste dia 30 de junho o Brasil vive sua segunda Greve Geral contra as reformas trabalhista, previdenciária e o governo Temer. Os protestos envolvem inúmeras categorias, como operários metalúrgicos, bancários, rodoviários, professores, petroleiros, entro outras.

Ações de repressão policial contra piquetes de greve ocorreram em vários lugares, inclusive com prisões. É a patronal e seus governos tentando impedir na marra a greve contra as reformas de Temer. Também houve muita desigualdade em relação à força da greve. Em cidades como São José dos Campos, Recife, Porto Alegre, entre outras, a greve foi bastante forte. Muitas categorias de peso da classe trabalhadora cruzaram os braços, pararam a produção e o transporte e realizam grandes protestos.

Manifestação em Teresina (PI)

Contudo, em outras cidades que tiveram peso na primeira Greve Geral, dessa vez não registraram a mesma intensidade de paralisações. Em São Paulo, por exemplo, não houve paralisação total dos transportes, pois muitas centrais sindicais defenderam não paralisar. Na assembleia dos metroviários de São Paulo, por exemplo, apenas a CSP-Conlutas defendeu a paralisação.

No ABC, as fábricas não cruzaram os braços, pois o Sindicato dos Metalúrgicos – filiados à CUT – não jogou peso para garantir a paralisação.

A greve demonstra que há sim disposição da classe trabalhadora em lutar contra as reformas. Mas também ficou demonstrado que as centrais sindicais vacilaram ao tirar, no último momento, o pé do acelerador, o que foi um equívoco absoluto”, explica Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas. “A greve dessa manhã demonstra que há sim disposição da classe trabalhadora em lutar contra as reformas. Não falta disposição da classe trabalhadora. A gente viu grandes paralisações. Quando se para a produção a gente vê que são os trabalhadores é quem mandam no país”, completa.

Confira abaixo uma parcial sobre como foram os protestos nesta manhã de Greve Geral

Ativistas do Jd União na Zona Sul de SP

Em São Paulo (SP), cerca de 150 manifestantes moradores da Ocupação Jardim União, organizados pelo Luta Popular, ocupam duas faixas da avenida Nações Unidas, na Zona Sul. Depois, manifestantes seguiram em passeata até a metalúrgica Taiff. Os moradores da ocupação Jardim União se encontraram com metalúrgicos da Brassinter e marcharam até a Ponte do Socorro.

Em outro ponto da cidade, houve também trancamento da Rodovia Régis Bitencourt em Taboão da Serra (SP) que paralisou o trânsito. Na cidade Tiradentes, Zona Leste, o Terminal ficou paralisado. Na fábrica da Lorenzetti, Zona Leste, metalúrgicos também se mobilizaram. Na USP o portão principal da universidade foi fechado. Trabalhadores, estudantes e professores e comunidade da San Remo realizaram um ato no bairro Butantã.

Operários da Lorenzeti param na região da Mooca

No final da manhã, foi realizado um ato unificado das centrais sindicais em frente ao Ministério do Trabalho, no centro da cidade.

No ABC Paulista, no começo da manhã, a rodovia Anchieta, onde fica a fábrica da Volkswagen, foi trancada. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, dirigido pela CUT, não jogou força para garantir a paralisação dos operários.

ABC

Em Osasco, metalúrgicos da região junto a outros movimentos sociais ocupam a BR 116 rumo ao Largo do Taboão da Serra. Em Santos (SP), os estivadores garantiram a paralisação total do porto. Em Campinas, vias de acesso e avenidas importantes foram bloqueadas. Houve paralisação na refinaria da Petrobrás em Paulínia. A Replan, amanheceu em greve por tempo indeterminado.

Vale do Paraíba
Em São José dos Campos e Jacareí (SP), os metalúrgicos estão parados em nove fábricas de São José dos Campos. Não houve produção nas metalúrgicas General Motors, Prolind, Hitachi, Parker Filtros, Heatcraft (todas em São José dos Campos), Avibras, Parker Hannifin, Armco e Deca (em Jacareí). Nas empresas terceiras da GM, a paralisação foi em massa. As mobilizações foram organizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas.

Paralisação e protesto na Embraer

Os trabalhadores da construção civil que atuam na refinaria estão participando das mobilizações.

Entre os bancários, todas as agências da região central de São José dos Campos estão paradas. Houve também repressão contra os condutores nas garagens dos ônibus. A Guarda Municipal agiu com truculência para forçar a saída dos ônibus da empresa Maringá, na Zona Sul de São José. Dirigentes sindicais foram agredidos com cassetetes e gás de pimenta. Mesmo assim, houve paralisações pela manhã.

Manifestação no centro de São José dos Campos

Rio Grande do Sul
A Trensurb, empresa de trens de Porto Alegre e região metropolitana, está completamente parada, apesar de uma liminar da Justiça ter determinado funcionamento em certos horários.

Empresa de ônibus Carris, em Porto Alegre (RS)

As empresas de ônibus Carris, Vap, Nortran, Trevo, Navegantes e Estoril, em Porto Alegre, também amanheceram paradas. Os trabalhadores foram brutalmente reprimidos pelo Batalhão de Choque da Brigada Militar com bombas e gás lacrimogêneo. A forte repressão resultou na prisão de 20 pessoas que participaram do piquete.

Empresa de Ônibus Sogil, em Gravataí, também parou. A Garagem Real, que opera ônibus em Sapucaia e Esteio, também segue trancada.

Em Rio Grande, a principal empresa de ônibus, Noiva do Mar, não saiu nas primeiras horas da manhã. A Brigada Militar reprimiu e dispersou os trabalhadores que trancavam a garagem. A Hidroviária de Rio Grande encontra-se completamente fechada.

Vias importantes também foram bloqueadas, como a avenida em frente ao Campus do Vale da UFRGS, em Viamão, e pontos da Avenida Protásio Alves; houve queima de pneus na Avenida Assis Brasil e em frente à estação Farrapos da Trensurb. A BR 116 foi bloqueada próximo ao aeroporto; bloqueio também na estrada que leva ao município de Triunfo.

Rio de Janeiro
A Avenida Brasil na entrada do Rio de Janeiro amanheceu parada na altura da Penha. Os dois sentidos foram bloqueados.

Terminal da Petrobrás na Ilha do Governador

Na Reduc (Refinaria de Duque de Caxias, o grupo que iria entrar às 23h de ontem, não entrou. Também foram realizados piquete de bancários em vários pontos da cidade, como em frente ao edifício Sedan do Banco do Brasil.

Niteroi (RJ)

Em Niterói houve protesto nas barcas e a Avenida do Contorno (BR-101) foi trancada por manifestantes. Houve também uma passeata pela Avenida do Contorno organizadas pelos comitês de Luta Contra as Reformas de Niterói e São Gonçalo.

Nordeste
Em Natal (RN), um protesto de mulheres fechou o cruzamento da avenida Bernardo Vieira e Coronel Estêvão. Bernardo Vieira é uma das principais vias da cidade para a zona norte de Natal. Os ônibus não deixaram as garagens na capital potiguar, e há fechamento de pontes e avenidas, como a Ponte de Igapó e a Av. Tomaz Landim.

Natal (RN)

Servidores estaduais da saúde também iniciam, no dia da Greve Geral, uma greve por tempo indeterminado contra o governo Robinson Faria (PSD) e o atraso no pagamento dos salários.

Em Aracaju, a CSP-Conlutas, junto com ocupações e o movimento SOS Emprego, fechou a saída da Zona Norte para a BR 101, abarcando todo trecho do Vale do Cotiguiba até entrada de Siriri. Foram afetadas fábricas de cimento, fertilizantes, refinaria da Petrobras, Vale, entre outras.

Aracaju (SE)

Por volta das 4h da madrugada motoristas e cobradores de Campina Grande (PB) pararam 100% das atividades.

Em Recife, a BR 408 foi fechada nas proximidades do assentamento Chico Mendes. No centro da cidade, trancaço na av. Guararapes, parando os ônibus e fechando a ponte de acesso à Avenida Conde da Boa Vista. Houve paralisação total dos rodoviários com a presença forte da CSP-Conlutas.

Em Salvador, desde às 6h, os manifestantes ocuparam a região do Iguatemi, centro econômico da cidade, causando congestionamento e lentidão. Às 15h, na região do Campo Grande, haverá passeata.

Há paralisação da construção civil em Fortaleza; Em São Luís (MA), há paralisação do Porto do Itaqui.

Pelo País
Em Belém, uma passeata com a presença massiva dos operários da construção civil, tomou a Almirante Barroso, principal avenida da cidade.

Marcha dos operários da Construção Civil em Belém

Em Minas Gerais, na BR 265, que dá acesso parque industrial de São João del Rei (MG), houve trancamento de vias. As fábricas metalúrgicas estão paradas. Também houve paralisação no frigorífico Ave Nova em Betim.

Principal terminal de Goiânia paralisado

O transporte coletivo em Goiânia está parado. No Distrito Federal, o dia amanheceu com fechamento da BR 020 em Planaltina. Rodoviários pararam suas atividades. Às 10h tem ato dos professores em Taguatinga.

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