Rodoviários do Rio param mesmo contra a direção do sindicato

Definitivamente, os ventos de junho sopraram na classe trabalhadora organizada e nas favelas do Rio. Seguindo o exemplo dos garis, os rodoviários foram à luta e cruzaram os braços em uma greve de 24 horas deflagrada na tarde deste quarta-feira, 7 de maio.

Na pauta de reivindicações os grevistas exigem o fim da dupla função motorista-trocador; salário de R$ 2.500 para os motoristas, R$ 1.400 para os trocadores e reajuste de 40% para demais funções; cesta básica de R$ 400; e jornada de trabalho de seis horas.

É inadmissível que os motoristas trabalhem cerca de 12 horas por dia para sustentar suas famílias e ainda sejam obrigados a acumular a função de trocador por um salário miserável. A sede de lucro dos empresários dos transportes e a superexploração estão cobrando o seu preço. Segundo o próprio sindicato patronal Rio Ônibus, apenas 30% dos veículos estão circulando na cidade, e 325 foram apedrejados. Motoristas e trocadores estão apenas protestando contra anos de humilhação e mostrando quem faz a cidade funcionar.

Tudo começou quando o sindicato pelego (filiado à NCST), que diz representar os trabalhadores rodoviários, assinou um acordo coletivo rebaixado sem consultar a categoria. Tornam-se cada vez mais frequentes as rebeliões de base que atropelam suas direções. Foi assim nas greves dos garis, dos operários do Comperj e em diversas obras do PAC pelo país. A CSP-Conlutas, por sua vez, está na greve dos rodoviários apoiando incondicionalmente sua luta e não descansará um só minuto para que a vitória seja alcançada.

A aliança da mídia oficial com os governos e o sindicato pelego para tentar desmoralizar a greve cairá por terra. O apoio da população aos grevistas é emocionante por um motivo muito simples: ninguém aguenta mais pagar R$ 3 por um serviço de péssima qualidade. Todos os dias a população é refém de ônibus superlotados, que demoram horas para chegar aos pontos, e transportam os passageiros sem nenhuma segurança. São horas num trânsito infernal numa cidade em colapso.

Agora chega! As contradições geradas pela Copa do Mundo abriram os olhos de nossa classe para as injustiças sociais. Ninguém está mais disposto a tolerar a farra dos empresários. O transporte rodoviário do Rio está nas mãos de famílias burguesas mafiosas, que contam com a total colaboração do prefeito Eduardo Paes, do governador Pezão e com a cumplicidade da presidente Dilma Rousseff.

Para solucionar a crise do transporte rodoviário o PSTU defende o atendimento a todas as reivindicações dos trabalhadores rodoviários; a ampliação da frota de ônibus para melhor atender a população; a criação de novas linhas de ônibus para alcançar as áreas da cidade onde o serviço não chega; tarifa zero à toda população; estatização das empresas de ônibus sem nenhuma indenização às famílias mafiosas.

Um último recado aos poderosos: na Copa vai ter luta! Nunca mais duvidem da força da classe trabalhadora.

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