Temer faz pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão

Em direito não se mexe! Fora Temer! Fora Todos Eles!

A proposta de reforma da Previdência que o governo Temer pretende enviar ainda em setembro ao Congresso Nacional estipula, a médio prazo, uma idade mínima de 70 anos para a aposentadoria. Mas ao que parece o governo e os patrões querem que o trabalhador morra de tanto trabalhar antes disso.

A reforma Trabalhista articulada nas catacumbas do governo Temer prevê a possibilidade de contratação por produtividade ou horas trabalhadas, ampliando para até 12 horas o limite da jornada de trabalho diária que hoje é de 8, e para até 48 horas semanais contra as atuais 44 horas. Segundo o governo, o novo modelo de contratação possibilita ainda a contratação por mais de uma empresa.

Os detalhes de mais esse ataque foram relatados pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, durante reunião com a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). A ideia é mandar o projeto ao Congresso Nacional ainda em 2016.

Esse contrato por hora trabalhada vai ser formalizado e poderá ter mais de um tomador de serviço“, afirmou o ministro à imprensa. “A jornada nunca vai ultrapassar das 48 horas semanais para não dar carga exaustiva“, disse ainda, cinicamente. Essas 48 horas semanais serão distribuídas segundo a convenção coletiva de cada categoria. “Tem trabalhador que prefere trabalhar uns minutos a mais, um tempo a mais diariamente e folgar no sábado“, disse.

Apesar de o governo ter a cara de pau de dizer que não haverá supressão de direitos, esse ataque é uma verdadeira paulada na CLT. Num momento em que o desemprego atinge a marca histórica de quase 12 milhões de trabalhadores, o governo, ao invés de reduzir a jornada de trabalho para combater o desemprego, resolve aumentar a jornada e a exploração para proteger os lucros dos empresários durante a crise.

Importante lembrar que essa reforma se dá com o argumento de que “fortalece” as convenções coletivas, a mesma coisa que diziam quando a CUT e o governo Dilma impuseram o PPE, que reduz salários e, na prática, já flexibiliza os direitos trabalhistas.


Ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira

Metalúrgicos apontam o caminho
Enquanto o ministro de Temer anunciava esse ataque, em São Paulo, representantes da categoria metalúrgica de todo o país se reuniam para aprovar um dia nacional de paralisação para o próximo dia 29 de setembro, contra as reformas de Temer, os ataques aos direitos e o desemprego. É uma importante iniciativa que sinaliza às demais categorias a construção de uma Greve Geral.

Conclamamos a unidade nesta luta todas as centrais sindicais, confederações, federações e sindicatos de trabalhadores de todo o país. Vamos unir todos e todas rumo à Greve Geral para fazer ouvir a nossa voz e valer os nossos direitos”, afirma a carta divulgada pelos metalúrgicos.

Só a mobilização da classe trabalhadora pode dar um basta a esses ataques. Fora Temer! Fora Todos Eles! Em direito não se mexe! Não tem arrego!

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