Temer discute reforma da Previdência com ministros e senadores. Foto Agência Brasil
Paulo Reis, militante do PSTU e da Direção Nacional do Sinasefe

No dia 21 de março, Temer anunciou que retirará da reforma da Previdência os servidores públicos municipais e estaduais. Isso não é uma verdade, pois na realidade muda-se a forma de aplicação da reforma da Previdência, mas não muda o conteúdo e quem ela ataca. O ataque está mantido a todos os trabalhadores e trabalhadoras, independente da esfera que ele esteja. O ataque global continua à toda classe trabalhadora.

É importante que cada militante tenha claro isso, pois o governo tenta dialogar com a população para dizer que não é necessária a greve no atual momento em vários estados e munícipios, tentando criminalizá-las diante da opinião pública. Além disso, tenta dividir os trabalhadores usando a mídia para isso, propagando que estão fora da reforma servidores estaduais e municipais.

Falso o governo dizer quer irá retirar os municipários e servidores estaduais da reforma da Previdência. Na realidade, o governo Temer transfere aos prefeitos e governadores a tarefa de adequar as regras de aposentadoria aos regimes previdenciários de cada estado e munícipio, que deve refletir na integralidade as normas constitucionais aprovadas através da PEC 287.

Pois como é sabido, as leis estaduais e municipais não podem se contrapor à Constituição. E por outro lado, o ajuste fiscal aplicado pelos prefeitos e governadores segue a tônica ou piora os ataques do Governo Federal.

Assim, mantém-se o conteúdo do ataque, a forma é diferente, pois o projeto inicial do governo era de aplicar a reforma de uma vez só. No entanto, para este projeto o governo encontra em seu caminho uma forte e ampla resistência da sociedade que rejeita o fim da aposentadoria – a PEC 287.

Nesta jogada de forma, o governo tenta desmobilizar a greve em curso da educação estadual e municipal, que está localizada, respectivamente, em 16 estados e 14 munícipios. Que no dia 15 março parou cerca 1,5 milhão educadores. Nesta perspectiva, o governo diz que neste momento irá enfrentar a ferro e fogo os servidores públicos federais, os chamando à guerra, na forma de aplicar esta reforma.

Atenção a estes detalhes, neste momento é fundamental para manter a nossa unidade e compreender que a nossa divisão enquanto classe trabalhadora facilita o trabalho de Temer em acabar com a nossa aposentadoria.

Por isso segue na ordem do dia apoiar e impulsionar todos os processos de mobilização, paralisações e greves em curso à fim de fundir todos estes processos na realização de uma greve geral ainda não vista na história da luta de classes do Brasil.

A greve geral é uma necessidade, as mobilizações de dia 8 e 15 de março mostram que isso é possível de acontecer no Brasil.

Vamos à luta, a ampla unidade de ação na realização da greve geral para barrar as reformas de Temer, o colocando para fora e também todos os corruptos e reacionários do congresso nacional. Não nos iludamos, os ataques através da reforma da Previdência estão mantidos, a todos servidores públicos federais, estaduais e municipais e o conjunto da classe trabalhadora.