Trabalhadores do complexo portuário de Pernambuco lutam por salários e direitos

Está sendo uma semana bem agitada para os operários da refinaria de Abreu e Lima ligados ao Consórcio Alumini (antiga Alusa). Com direito a bloqueio nas principais estradas que dá acesso ao complexo industrial de Suape e passeata na Avenida Agamenon Magalhães, centro de Recife, a peãozada vem realizando uma verdadeira onda de protesto. O motivo da revolta é o descumprimento dos acordos trabalhistas. Há um absurdo atraso no pagamento dos salários há mais de 60 dias, mas esta luta também é contra as condições precárias de trabalho.

Outra preocupação dos operários são os crescentes casos de demissões. Só no primeiro semestre de 2014 contabilizaram mais de 150 mil demissões nas obras da refinaria.  Para piorar a situação, a Petrobras mandou suspender os aditivos para as empresas tercerizadas. Estas, por sua vez, suspendeu o pagamento dos trabalhadores, penalizando os operários pelo caso de corrupção que a empresa está metida até o pescoço.

Uma realidade escondida e reprimida
Essas manifestações se somam às outras dezenas que ocorreram nos últimos anos no complexo de Suape. E quase todas com exigências de condições básicas de trabalho.

Esse é o verdadeiro retrato da situação dos operários de Suape. Mas se essa é a realidade dos trabalhadores, uma bem diferente acontece com  os empresários e multinacionais do complexo.  Ano após ano recebem grandes incentivos do governo estadual do PSB. Em 2014, estima-se um valor de 2 bilhões de reais só de renúncia de impostos. Sem falar dos diversos escândalos de corrupção e desvio de dinheiro que estão sendo investigados nas obras de Suape.

Como se não bastasse todas as condições que esses operários são submetidos no trabalho, quando eles resolvem reivindicar seus direitos a resposta que o governo e os patrões dão é repressão, como as cenas que aconteceram hoje manhã desse dia 21, quando o Batalhão de Choque atacou os manifestantes com balas de borrachas e bombas de gás lacrimogêneo e, nesse processo, vários manifestantes foram detidos e encaminhados para a delegacia, um recorrente processo de criminalização das lutas.

Todo apoio à luta dos operários de Suape
Nós do PSTU declaramos total apoio a essas manifestações e exigimos do governo estadual e federal punição às empresas que descumprem os acordos trabalhistas, atrasam os salários e promovem demissões. Defendemos o  imediato pagamento dos salários atrasados e cumprimentos de todos os direitos trabalhistas.

É necessário o fim das renúncias fiscais promovidas pelos governos junto às empresas. Que esse dinheiro seja tirado do bolso dos patrões e investido nas melhorias dos serviços públicos.

Lutar não é crime, exigimos o fim das repressões e soltura imediata de todos os operários que foram detidos nas mobilizações em Suape.

ACESSE o site do PSTU-PE