Trabalhadores propuseram liberar as catracas como alternativa à paralisação, mas governo Alckmin não aceitou

Os metroviários da capital paulista realizam uma assembleia na noite desse 4 de junho onde podem deliberar greve por tempo indeterminado a partir do dia 5, quinta-feira. É uma resposta à intransigência do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) às reivindicações da categoria em campanha salarial.

As reivindicações dos metroviários estão sendo tratadas com pouco caso e desprezo. Após uma série de negociações com a direção do metrô, a empresa ofereceu uma proposta de reajuste salarial que foi uma verdadeira provocação: 5,20%. Os trabalhadores pediam 35,47%, referente a 7,95% de reajuste da inflação (pelo IGP-M) e 25,5% de aumento real. Além do reajuste, a categoria também reivindica reajuste de 13,25% no Vale Refeição, entre outras exigências, inclusive a reposição do quadro de funcionários da estatal.

Greve
Diante da intransigência da direção da empresa e do governo paulista, os metroviários realizaram uma assembleia no dia 27 de maio onde aprovaram indicativo de greve a partir do dia 5 de junho. Assim como em paralisações anteriores, os metroviários propuseram ao governo paulista liberar as catracas do metrô como alternativa à greve, a fim de não penalizar a população, mas Alckmin recusou. Pela lei, se os trabalhadores liberarem as catracas por conta própria podem ser demitidos por justa causa.

Após o indicativo de greve, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) chamou uma audiência entre trabalhadores e a empresa, mas a direção do metrô e o governo mantiveram-se intransigentes, apresentando uma proposta de meros 7,8%. Já nesse dia 4 de junho ocorreu nova reunião de conciliação onde os trabalhadores, tentando chegar a uma definição que evitasse a greve, apresentaram nova proposta que baixava os 35,47% iniciais para 16,5%. O governo e a empresa, por outro lado, propuseram apenas 8,7%, um aumento de apenas 0,9% em relação à proposta anterior e abaixo dos 9,5% proposto pelo próprio TRT.

Essa proposta está muito aquém do que reivindica a categoria e muito abaixo do que conquistaram outros trabalhadores, como os rodoviários que tiveram 10%“, afirma Altino Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários e militante do PSTU. “Com essa proposta, certamente vamos para a greve“, avalia. Além da proposta rebaixada de reajuste, a empresa não avançou em nenhum outro ponto, como a PR (Participação nos Resultados) que hoje é diferenciado e injusto, sendo alto para os dirigentes da estatal e baixo para o restante da categoria.

Nesta quarta, mais de mil metroviários realizaram um ato público em frente à Praça da Sé. “O sentimento dos trabalhadores é de indignação e disposição de  partir para a greve“, finaliza Altino.  Os funcionários do Metrô discutirão a greve em assembléia a partir das 18h30 na sede do sindicato.