Sem surpreender ninguém, os senadores aprovaram na noite de 8 de fevereiro, o texto-base da reforma do Ensino Médio (PLV 34/2016). Por 43 votos a 13, mais um passo foi dado para implementação desse verdadeiro ataque à educação pública. Agora o projeto segue para sanção do presidente Michel Temer.

Senadores reafirmam o ataque
Segundo as primeiras informações, o projeto segue no fundamental o que foi aprovado na Câmara em dezembro de 2016.

Entre os pontos mais importantes, está o aumento da carga horária das atuais 800 horas anuais para 1000 nos próximos 5 anos e progressivamente para 1400.

Além disso, a obrigatoriedade de 60% da carga horária, sendo os outros 40% preenchidos por disciplinas optativas.  Os estudantes teriam a “liberdade” de escolher entre um dos 5 itinerários formativos: linguagem e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; formação técnica e profissional. Note-se que a tal escolha se daria conforme o que for oferecido em casa escola.

Por fim, as únicas disciplinas de fato obrigatórias são Português e Matemática. Educação Física, Artes, Sociologia e Filosofia entraram como “estudos e práticas”, não disciplinas efetivamente.

A luta tem que continuar
A aprovação pelo Senado de mais esse ataque não pode desanimar o movimento estudantil. Quando ocupamos milhares de escolas no país todo, nunca acreditamos que desse Congresso ou desse presidente viria qualquer coisa que não fossem ataques aos nossos direitos.

Bem diferente da prática do governo, que não debateu com os trabalhadores e estudantes a reforma, o movimento de ocupações do ano passado pautou o tema na sociedade, furando o bloqueio da mídia e causando um grande debate nacional.

Nossa luta pode muito. Mas poderá muito mais se estiver unida a dos trabalhadores, parando o país em numa greve geral pra derrubar esses ataques, Temer e toda essa corja. Por isso, é hora de preparar o dia 15 de março, data em que estão marcadas greves, paralisações e mobilizações dos movimentos da Educação no país todo.