PSTU-RS

Resplande de Sá, de Porto Alegre* (RS)

Em setembro, a população gaúcha amargou 36 meses de desgoverno de José Ivo Sartori (PMDB). Nesse tempo, os trabalhadores e trabalhadoras em educação do estado completaram 21 meses de salário parcelado. Como se não bastasse a renda básica miserável que vêm recebendo à prestação e o 13º de 2016 parcelado em 12 vezes, as escolas públicas do estado estão sem condições de dar aula, com prédios em situação precária, falta de materiais e de professores. Além disso, tramita na Assembleia Legislativa uma série de Projetos de Lei que retiram direitos dos trabalhadores e sucateiam ainda mais o serviço público estadual.

Não restando outra saída, os servidores decretaram na assembleia geral da categoria, no último dia 5 de setembro, greve por tempo indeterminado. Para voltar às aulas, só com o fim do parcelamento dos salários, o pagamento dos juros devidos pelos educadores ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e a retirada dos projetos que tramitam na Assembleia.

No último dia 31 de agosto, os servidores estaduais gaúchos receberam a primeira parcela do salário desse mês: R$ 350 reais. “Dias depois entrou na conta mais 170 pila, mas o cheque especial comeu, porque eu fiquei no vermelho“, relata a professora Andrea Ortiz. Essa é a realidade de boa parte dos servidores públicos no estado: contas atrasadas, juros absurdos no banco e trabalhadores com doenças emocionais e psíquicas.

O governador Ivo Sartori continua colocando sobre os trabalhadores e o povo gaúcho os efeitos de uma crise da qual não temos nenhuma culpa. Argumenta que para solucionar a situação financeira do estado, que ele diz ser caótica, é necessário o sacrifício de todos e todas. No entanto, continua enchendo os bolsos dos banqueiros, empresários e latifundiários e sacrificando quem ganha pouco e trabalha muito.

O governo fala que a Secretaria da Fazenda do estado tinha apenas R$ 221 milhões em caixa na virada do último mês para pagar uma folha que totaliza R$ 1.143 bilhões. A solução da crise nas finanças do Rio Grande do Sul passa pela suspensão imediata do pagamento da dívida pública. Essa dívida, que na verdade já foi paga, consome grande parte do orçamento estadual. Combinada com as desonerações fiscais que custam bilhões ao estado, como as isenções concedidas a diversas empresas, tem um impacto nas finanças estaduais que resolveriam grande parte dos “problemas” que o governador tanto fala para não pagar os servidores. Mas para que isso ocorra, é preciso enfrentar os interesses dos grandes grupos econômicos e está mais do que claro que Sartori não está interessado em fazer isso. Pelo contrário, a solução encontrada por ele é o ataque brutal à classe trabalhadora para manter o estado representando os interesses dos ricos.

Frente a essa situação, mais que uma greve dos professores, é absolutamente necessária uma grande greve geral unificada dos servidores estaduais para derrotar o parcelamento e os ataques de Sartori.

A política de ajuste fiscal que Sartori aplica no Rio Grande do Sul é a mesma que vinha sendo aplicada por Dilma (PT) e intensificou com Temer (PMDB) no governo Federal. Todos eles atacam vários direitos dos trabalhadores. É preciso derrotar nas ruas as políticas desses governos que não representam os interesses dos trabalhadores!

Fora Temer! Fora Sartori! Fora Todos Eles!

Por um governo socialista dos trabalhadores apoiados em Conselhos Populares!

Exigimos:

– Pagamento imediato de todo o salário dos servidores públicos estaduais;
– Suspensão Imediata do pagamento da dívida pública do estado e reverter esses valores gastos para a saúde, educação, moradia e segurança;
– Fim das isenções fiscais para as grandes empresas;
– Fim dos privilégios dos políticos gaúchos e dos juízes;
– Baixar imediatamente o salário do governador, secretários de governo, juízes e deputados;
– Fim dos CC´S.
– Construir uma Greve Geral Unificada dos Servidores Estaduais! 
– Livre direito à manifestação! 

*Professora do estado do RS