Presidente da FIESP, Paulo Skaf, com o presidente Temer

Um programa dos trabalhadores para enfrentar a crise econômica

O governo e a imprensa dos ricos dizem que o ajuste fiscal, a PEC 241 e as reformas da Previdência e trabalhista são medidas necessárias para enfrentar os efeitos da crise. Martelam a ideia de que o governo gasta demais com saúde e educação e que estaria quebrado. Michel Temer (PMDB) chega ao cúmulo de dizer que, com esses ataques, vamos superar a crise e o desemprego.

Por que, então, o governo continua gastando metade do que arrecada com a dívida e sequer incluiu isso na PEC do teto dos gastos públicos? Por que mantém o “bolsa empresário”, o conjunto de subsídios e isenções aos empresários, que vai custar R$ 224 bilhões no próximo ano? Esse valor supera o total do que é gasto com Saúde (R$ 95 bi) e Educação (R$ 33,7 bi) juntos.

Como o governo cogita emprestar US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI), como afirmou o presidente do Banco Central? Não está faltando dinheiro? Por que dar dinheiro à instituição que durante décadas aplicou um programa de arrocho fiscal no país?

Eles, na verdade, mentem descaradamente para tentar convencer a população de que, reduzindo salários e cortando verbas da Saúde e da Educação, a economia vai crescer, serão criados mais empregos e a crise vai passar. Mas o que acontece quando salários são cortados é que o trabalhador vai ficar mais pobre. A única coisa que acontece quando se corta verba da Saúde e da Educação é que escolas e hospitais ficam piores e sem condições de funcionarem. A crise piora, mas só para você.

O programa do governo defendido pela imprensa não é para acabar com a crise fiscal ou o desemprego, mas para proteger e alavancar os lucros dos bancos e empresas. Isso à custa de nossos empregos, salários e serviços públicos. Esse é o programa dos ricos para a crise. Precisamos de um programa dos trabalhadores, que faça com que sejam os ricos que paguem por essa crise que eles mesmos criaram.

Os trabalhadores não vão pagar essa conta
Medidas para combater a crise

NÃO AO PAGAMENTO DA DÍVIDA AOS BANQUEIROS
icone_justicaEm 2015, a dívida consumiu 42% do Orçamento, ou R$ 962 bilhões. Esse mecanismo transfere as riquezas produzidas pelos trabalhadores aqui para meia dúzia de banqueiros lá fora. Com esse dinheiro, daria para mais que sextuplicar o dinheiro da Saúde e Educação.

COMBATE AO DESEMPREGO
icone_banco• Redução da jornada de trabalho para 36 horas sem redução dos salários
• Criação de empregos por um plano de obras públicas necessárias à população, como saneamento e habitação, controlado pelos trabalhadores
• Proibição das demissões e estatização das empresas que insistirem em demitir

SALÁRIOS E INFLAÇÃO
• Aumento geral dos salários
• Congelamento dos preços, inclusive das tarifas públicas, como água, luz e transporte público, com isenção aos desempregados

EDUCAÇÃO E SAÚDE PÚBLICAS, GRATUITAS E DE QUALIDADE
• Aumento de verba para Saúde e Educação
• Verba pública para saúde e educação públicas: nenhum tostão para os milionários donos das escolas privadas e dos planos de saúde e hospitais privados

FIM DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
A mal chamada lei de Responsabilidade Fiscal, instituída por Fernando Henrique Cardoso, continuada pelo PT e agora aprofundada por Temer, coloca o pagamento da dívida como prioridade absoluta em detrimento da Saúde e da Educação. Temos de trocar essa lei por uma Lei de Responsabilidade Social.

FIM DA REMESSA DE LUCROS DAS MULTINACIONAIS
As multinacionais se instalam aqui, tem isenções e subsídios e ainda remetem bilhões para fora, sem nem pagar imposto.

icone_poder

GOVERNO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES FORMADO POR CONSELHOS POPULARES
A greve geral é uma necessidade urgente da classe trabalhadora brasileira para acabar com os ataques perpetrados pelo governo Temer. Mas também é preciso tirar esse governo que aí está, assim como o Congresso Nacional de corruptos e de paus mandados dos bancos e empreiteiras.

Mas o que colocar no lugar? Um governo dos patrões nunca vai governar para a classe operária e para a grande maioria da população. Nos momentos de crescimento econômico, vai dispensar apenas migalhas ao povo, como fez o PT, e nas crises vai jogar os efeitos sobre os trabalhadores, como fez Dilma e agora está fazendo Temer. Só um governo socialista dos trabalhadores, formado por conselhos populares, eleitos nas fábricas, locais de trabalho e comunidades, pode aplicar um programa que atenda aos interesses da população.