Na manhã do dia 1º de outubro, a polícia invadiu as casas dos militantes Matheus Gordo (PSTU), Lucas Maróstika (PSOL), o assentamento urbano Utopia e Luta e o centro cultural Moinho Negro, apreendendo notebooks, cadernos, agendas e textos marxistas, baseados em uma acusação de formação de quadrilha. No mandado de busca e apreensão fica claro que a polícia tinha solicitado ainda a prisão preventiva dos “suspeitos”.
 
A própria acusação e as pessoas a quem se dirige, membros do Bloco de Lutas, evidenciam a natureza desse ataque: a criminalização dos movimentos sociais. Como a polícia está sob o comando do governo do Estado, a conclusão é de que este considera os protestos de junho e a luta contra o aumento das passagens UM CRIME, já que nenhum dos acusados está implicado nos chamados “atos de depredação e saques”. A afirmação do delegado Marco Antônio Duarte de Souza de que “a investigação encontrou provas robustas contra as pessoas que estariam envolvidas” trata-se obviamente de uma calúnia sem nenhuma sustentação. No entanto, o governador Tarso Genro (PT) sustentou a ação da Polícia afirmando que “o delegado agiu dentro do Estado de direito”.
 
Diante de tão grave ação do Estado, os chefes do governo, se não revertem imediatamente esses abusos policiais e essas acusações, estarão assumindo abertamente a responsabilidade por atentar contra as mais mínimas liberdades democráticas. A polícia vasculha e apreende materiais políticos, o que caracteriza PERSEGUIÇÃO POLÍTICA, ao pior estilo da ditadura militar.
 
Durante as manifestações que ocorreram no Estado desde junho a polícia tem agido com truculência e perseguido o Bloco de Lutas. Na recente manifestação do dia 26 de setembro a polícia prendeu três professores forjando um flagrante, o que a coloca mais uma vez em escandalosa ilegalidade.
 
Existe uma escalada de repressão em nível nacional, tentando pôr fim à onda de manifestações, para que não afetem mais ainda os governos e a Copa, desmascarando os absurdos gastos enquanto alega-se a falta de dinheiro para saúde, educação, transporte e moradia para o povo. O Rio Grande do Sul se coloca assim no rol dos Estados mais repressivos contra os movimentos sociais, como o do Rio de Janeiro. 
 
O PSTU exige um posicionamento IMEDIATO do governador Tarso Genro!
 
Exigimos a imediata retirada de todos os processos contra o Bloco de Lutas e demais indiciados. 
 
Exigimos o fim da repressão e criminalização dos movimentos sociais.
 
Exigimos a apuração dos abusos policiais cometidos contra os manifestantes.
 
Chamamos todos os setores a uma grande mobilização unitária contra a criminalização dos movimentos sociais e os ataques as conquistas democráticas.
 
Porto Alegre, 2 de Outubro de 2013
 
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