Dirigente do PSTU é intimada pela Justiça e proibida de entrar em seu próprio local de trabalho

Os Hospitais Universitários formam uma rede de socorro regional por todo o país, sendo, dos setores das universidades federais, o que possui um contato mais profundo com a sociedade em geral, atendendo a população mais carente nos estados, especialmente de regiões do interior.

Infelizmente, a realidade desses hospitais faz parte da crise crônica da saúde pública brasileira. Imensas filas, condições precárias de atendimento, demora para marcar exames, a superlotação de leitos, a má remuneração dos profissionais de saúde, a precária infraestrutura e as dívidas imensas do Hospital das Clínicas de Pernambuco revelam o quanto a saúde pública é relegada a um último plano por parte do governo Dilma do PT.

A implantação da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) no HC, feita de forma autoritária, sem qualquer discussão com a comunidade universitária, com entidades sindicais e muito menos com a população usuária, significa a legalização de uma parceria pública- privada que fortalece um modelo neoliberal de colocar na lógica do mercado os serviços de saúde. A Ebserh não só é a privatização do hospital como também significa a precarização do trabalho na unidade e o fim da democracia em todos os níveis e decisão sobre a gestão hospitalar.

A reitoria da UFPE, de forma consciente, pretende com esse projeto dilapidar o patrimônio público e entregá-lo, pelas costas dos profissionais de saúde, alunos, professores e comunidade, à iniciativa privada. Isso sim é uma escandalosa depredação!

Há dois anos que estudantes, técnicos e professores da universidade, junto com os movimentos sociais, travam uma grande batalha para que a Ebserh não seja implementada no HC. Já foram realizados seminários, atos públicos e debates. Um processo de resistência à privatização que, se caso implementada, vai significar um grande retrocesso no avanço do fortalecimento das instituições públicas a serviço dos trabalhadores e juventude.

Portanto, a  mobilização contra a implantação da Ebserh no HC que, diante da questionável e autoritária  forma de aprovação no Conselho Universitário, culminou com a ocupação da Reitoria, é uma luta em defesa do patrimônio público, da saúde pública, da universidade pública

Os estudantes, professores, entidades sindicais e forças políticas que participaram da ocupação tentavam defender o HC, a UFPE e a saúde pública da grande depredação que são os projetos de privatização dos governos Dilma do PT e Eduardo Campos do PSB.  Uma luta que se vincula com a luta contra as privatizações dos portos, aeroportos, rodovias, Petrobrás, reserva de petróleo… E assim segue a entrega do patrimônio nacional.

Já há alguns meses que vivemos nacionalmente um processo de aumento da repressão aos movimentos sociais em nosso país. Com a retomada da Lei de Segurança Nacional em vários estados, ativistas tendo suas casas invadidas pela polícia e enfrentando processos que os colocam como líderes de “organizações criminosas”. Em Pernambuco, o governo Eduardo Campos do PSB emprega uma verdadeira operação de guerra contra os movimentos sociais, reprimindo brutalmente trabalhadores, estudantes, ambulantes e sem-teto.

Kátia Telles, servidora da UFPE e dirigente de nosso partido, recebeu uma intimação da Justiça Federal movida pela Reitoria da Universidade que a impede de entrar nas dependências dessa instituição de ensino. A companheira, sob a justificativa de que é uma “ameaça à instituição”, está impedida de trabalhar sob pena de multa ou prisão. Para nós do PSTU essa ação é um ataque às organizações que no seu cotidiano lutam contra a privatização e precarização dos serviços públicos e defendem uma universidade pública e de qualidade.

Nós do PSTU reivindicamos como correta e legítima a ocupação da reitoria da UFPE contra a implantação da Ebserh no HC e estamos na linha de frente da defesa de qualquer ativista que venha a ser penalizado por essa ação. Achamos que essa ocupação colocou a luta contra a privatização do Hospital das Clínicas num patamar superior, por conseguir dialogar com o conjunto da comunidade acadêmica e com a população usuária do hospital.

Todas as ações e atos públicos dos manifestantes que ocuparam a reitoria da UFPE foram determinações de amplas assembléias onde sempre se garantiu o respeito ao patrimônio publico e a organização da atividade. Qualquer ação de depredação que possa ter ocorrido não passou pelo conhecimento dos ativistas, foi um desrespeito à decisão da maioria e só pode ter sido obra de infiltrados no movimento ou mesmo dos órgãos de repressão policial.

A tentativa de criminalizar os trabalhadores e estudantes que participaram da ocupação da reitoria da UFPE é parte desse mesmo processo de escalada repressiva contra os movimentos sociais. Por isso, é preciso pôr em prática imediatamente uma ampla campanha contra essas ações repressivas aqui em Pernambuco, através de um grande ato público contra a criminalização aos movimentos sociais e em defesa dos ativistas que lutam contra a Ebserh no estado.

  • Abaixo a Ebserh
  • Pela anulação da votação do Conselho Universitário da UFPE
  • Nenhuma retaliação contra os ativistas que lutam em defesa do HC e fim dos processos judiciais
  • Pelo fim da criminalização dos movimentos sociais por parte de Dilma do PT e Eduardo Campos do PSB