PSTU-Curitiba

Araupel e os governos Richa e Dilma são cúmplices de mais esse crime contra os sem-terras

Uma emboscada de jagunços, pistoleiros e a polícia de Beto Richa (PSDB) num acampamento em Quedas do Iguaçu, sudoeste do Paraná, área grilada pela Araupel, deixou dois mortos agora há pouco e mais de 20 feridos.

O clima no local é de desespero
A área de ocupação foi grilada pela Araupel e já tinha decisão judicial de nulidade dos títulos de propriedade. Iria enfim, cumprir sua finalidade social.

A Polícia Militar cercou o acampamento e não deixou que fossem retirados os dois corpos, nem que fosse dada a assistência aos feridos.

A representação dos policiais, de forma absurda, afirmou que estavam no local para apagar um incêndio! Policiais, capangas, jagunços para apagar incêndio? Como assim?

Grande mídia e latifúndio: tudo a ver!
Na Região Oeste do Paraná, a grande mídia, liderada pela TV Tarobá (afiliada da Rede Bandeirantes) inicia um processo de demonização dos sem terra legitimando o massacre e semeando mentiras para a população sobre o ocorrido.

Os grandes meios de comunicação dizem que houve “confronto” entre a polícia e os camponeses. Isso não é verdade! O que houve foi uma emboscada, uma massacre covarde e cruel. Todas as vítimas foram alvejadas pelas costas dentro da mata, o que demonstra que estavam fugindo dos tiros de arma de fogo.

Paulo Martins é um jornalista de direita da TV Tarobá, com cérebro parecido ao de Jair Bolsonaro, defensor do período da Ditadura Militar no Brasil. Ele afirma, em seus comentários quotidianamente na TV, que os sem terra são bandidos. Acabou de dizer, de forma repugnante: “Se queriam cadáveres agora os tem!”

Este jornalista sempre se dispôs a ser o “cão de guarda” dos latifundiários, grande empresários e industriais da região. O oeste do Paraná é uma região altamente produtora de grãos, com diversas cooperativas, abatedouros de aves e suínos. Essas empresas lucram absurdamente e pagam salários miseráveis para os trabalhadores, que adoecem rapidamente devido as condições e as altas jornadas de trabalho.

Em nota oficial, o MST divulgou que “o ataque da PM aconteceu após o Deputado Rossoni (PSDB) assumir a chefia da Casa Civil do Governo Beto Richa, e que coincidentemente esteve no município de Quedas do Iguaçu no dia 01 de Abril, acompanhado do Secretario de Segurança Pública, Vagner Mesquita, e representantes da cúpula da polícia militar do Paraná“.

Graves indícios
Existem indícios que este massacre pode ser parte de uma ação nacional do latifúndio e dos grileiros de terra, com situações similares em Rondônia, Paraíba e Bahia.

Em Rondônia jagunços incendiaram um acampamento do MST. Na Paraíba, Ivanildo de Seu Daluz, liderança de luta pela terra e presidente do PT em Mogeiro, foi assassinado na frente de sua filha de um ano e meio. Na Bahia, Cacique Babau e seu irmão, que são também liderança da região foram presas.

Não é de hoje que ataques de latifundiários, apoiados na polícia e nos governos, massacram o campo. Basta relembrar o episódio de Eldorado dos Carajás, um dos mais sangrentos da história do nosso país, que aconteceu em 1996. Após 20 anos, muito pouco mudou.

É preciso dar uma basta à violência no campo!
Passam governos, saem governos, a Reforma Agrária continua parada e a violência no campo não para. Foi assim com o governo de FHC e agora Kátia Abreu ocupa uma cadeira no ministério de Dilma.

É preciso denunciar essa barbaridade que está acontecendo no Paraná e acontece cotidianamente com os sem-terra, com os indígenas e com o povo quilombola.

Toda solidariedade ao movimento sem-terra!

Reforma agrária já!

Desmilitarização da PM!

Construção de Comitês de Auto Defesa dos trabalhadores sem terra!

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