Foto: Vladimir Platonow (Agência Brasil)

Ato na porta da prefeitura do Rio contou com mais de 500 pessoas; seis pessoas ficaram feridas, e um professor teve de passar por procedimento cirúrgico no ombro


Os trabalhadores da educação do Rio de Janeiro seguem seu calendário de mobilização da greve, votado em assembleia da categoria, apesar da tentativa de intimidação por parte da Justiça estadual. Na tarde desta quarta-feira, 28, cerca de 600 trabalhadores saíram de suas casas, apesar da chuva e da justa greve dos rodoviários, e foram para a porta da prefeitura e da Secretaria Estadual de Educação para pressionar o governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes a negociarem com a categoria.
 
A quantidade desproporcional de policiais criou um clima desnecessário de tensão e propício para confusão. Depois de saírem em ato unificado da frente da prefeitura do Rio até a porta da Secretaria Estadual de Educação, os educadores foram covardemente reprimidos pela Tropa de Choque da PM com uso de spray de pimenta, cassetetes, empurrões com escudos, entre outras arbitrariedades.
 
Ainda assim, os trabalhadores conseguiram chegar à porta do órgão estadual, onde permaneceram em vigília e continuaram cantando palavras de ordem enquanto uma reunião acontecia dentro da secretaria. A professora Aluana foi detida por colar um adesivo da campanha salarial na porta da secretaria e levada para a delegacia. A alegação: desacato. Após muitas horas de espera e pressão na delegacia, e com auxílio do Sepe-RJ, a professora foi liberada.
 
Pezão, mesmo estando pouco tempo à frente do governo, demonstra que aprendeu bem a cartilha de Cabral: negociar jamais. Manda a Polícia Militar reprimir, prender, espancar, atirar. Os únicos responsáveis pelo caos na educação do RJ são o prefeito Paes e o governador Pezão.
 
Cassetete não é lápis! Para acabar com a greve, os governantes devem atender às reivindicações da categoria e respeitar os trabalhadores em seu direito de livre manifestação e organização política.