Numa assembléia bastante representativa, os professores de Santa Catarina decidiram entrar em greve a partir do dia 5 de março. A assembléia foi realizada em Florianópolis, capital do estado, e culminou com um ato unificado em frente à Assembléia Legislativa com os servidores estaduais, municipais, movimento de mulheres urbanas e camponesas e várias entidades.

O ato contou com quatro mil pessoas que durante quase uma hora fecharam as ruas. O protesto teve como centro a luta contra o Iprev, plano de Previdência do governo Luis Henrique (PMDB). O Plano nada mais é do que a regulamentação das reformas previdenciárias realizadas pelos governos de FHC e Lula.

A greve do magistério tem como principal reivindicação a incorporação do abono ao salário e a equiparação do piso salarial ao piso dos servidores que é de R$ 900. Santa Catarina tem o quarto pior piso salarial do Brasil.

O governo apresentou uma proposta que também segue a lógica da política de Lula para os servidores federais: a chamada política salarial diferenciada. Recentemente, o governador apresentou uma proposta que ele chama de “prêmio educar”, que consiste em pagar mais R$ 100 (a partir de março) e R$ 200 (a partir de agosto) apenas aos professores que estejam em sala de aula. Ficam fora da proposta, os aposentados, os que estão readaptados e os que estão em licença por tratamento de saúde.

Ao mesmo tempo, o governo apresenta um pacote de desmonte da educação que consiste em transformar o maior colégio do estado em fundação, demissões de serventes, vigias e merendeiras, entre outros ataques.

Ameaças e solidariedade
A reação do governo à greve já está na imprensa. Luiz Henrique promete descontar os dias parados e contratar professores para substituírem grevistas. Por isso, a greve precisa da solidariedade de todos os sindicatos e lutadores. A Conlutas distribuiu um documento de apoio à greve.

Post author Joaninha de Oliveira, de Florianópolis (SC)
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