Professor ferido após violência da polícia
PSTU Ceará

Greve já dura 56 dias e enfrenta a truculência do governo Cid Gomes (PSB)

Professores da rede pública estadual do Ceará, em greve há 56 dias, foram alvo de violenta repressão da Tropa de Choque na manhã desse dia 29 de setembro, em Fortaleza. Os professores estavam acampados na Assembleia Legislativa desde a noite do dia 28 e, quando os deputados colocaram em votação um projeto do governo Cid Gomes (PSB) que destrói a carreira dos docentes da rede pública, tentaram entrar no plenário. A direção da Assembleia chamou a polícia, que atacou de forma brutal os professores.

“A Tropa de Choque partiu para cima dos professores, jogaram spray de pimenta e bateram muito, os companheiros que estavam em greve de fome apanharam muito”, relatou ao Portal do PSTU Nivânia Menezes, do Comando de Greve e membro da CSP-Conlutas. Pelo menos três professores foram detidos e há vários feridos. Segundo a imprensa local, um professor teria sofrido traumatismo craniano e permanecia internado. Imagens de TV flagraram cenas chocantes da violência policial.

Ao final da repressão, os deputados aprovaram a mensagem do governador, com apenas quatro votos contrários. Mesmo assim, os professores continuaram mobilizados. Eles permanecem nesse momento ocupando a Assembleia e três professores ainda estão em greve de fome. Os grevistas pretendem passar novamente a noite no prédio e nesse dia 30, às 8h, ocorre nova assembleia para definir os rumos do movimento. A luta agora é também pelo veto de Cid à destruição da carreira. O governo, porém, permanece intransigente e afirma que só negocia após o fim da greve.

A maior greve em anos
Os professores cearenses protagonizam uma das maiores greves dos últimos anos no estado. O movimento bate de frente com a intransigência e autoritarismo do governo Cid Gomes. Nas últimas assembleias da categoria, a direção do sindicato, ligada ao PT, defendia o retorno às aulas, mas foi atropelada pela base. Ao enviar a mensagem em caráter de urgência à Assembleia nesse dia 28, o governo Cid pode ter dado um tiro no pé, pois várias escolas que já estavam retornando pararam novamente. Agora, a repressão deixou os professores ainda mais indignados.

Atualização: A assembleia da manhã desse dia 30 aprovou a continuidade da greve.

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