Professores estão em greve desde o dia 22/05

A professora e vereadora Amanda Gurgel (PSTU) acompanhou a assembleia e declarou apoio aos educadores

Acabou a paciência dos professores da rede pública de Natal. A tolerância da categoria com o prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) durou cinco meses. Tempo suficiente para os trabalhadores da educação perceberem que o descaso da atual gestão continua o mesmo da época de Micarla de Sousa, a ex-prefeita que saiu com quase 100% de rejeição. Insatisfeitos com a defasagem salarial e as péssimas condições de trabalho nas escolas, os educadores decidiram cruzar os braços na última segunda-feira (21), numa assembleia que reuniu cerca de 800 professores. A greve teve início nesta quarta, dia 22, aprovada por 90% da categoria e paralisando 141 escolas municipais.

Na pauta de reivindicações, o mínimo para manter a educação funcionando. Os professores lutam pelo reajuste do piso salarial deste ano; correção de 34,56%, referente ao descumprimento do piso pelos governos passados; condições de trabalho nas escolas e pagamento das promoções do Plano de Cargos dos educadores infantis. Segundo cálculos do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do RN (Sinte/RN), a prefeitura de Natal deve aos servidores mais de R$ 1,5 milhão. Até o momento, o prefeito Carlos Eduardo descartou qualquer reajuste para o funcionalismo. Disse que o município está no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e que só liberaria um aumento com autorização do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público.

Durante a assembleia que deflagrou a greve, o PCdoB ainda tentou adiar a paralisação. Dois professores, que hoje estão em cargos de confiança na prefeitura, argumentaram que o prefeito havia prometido uma audiência para esta sexta-feira (24) e que seria mais “prudente” votar um estado de greve ao invés da greve. A reação da assembleia foi instantânea. Vaias, barulho, revolta. O professor Dário Barbosa, da Oposição CSP-Conlutas, defendeu que os trabalhadores aprovassem a paralisação e negociassem em greve com o prefeito Carlos Eduardo. “Não podemos recuar. Já se passaram cinco meses e nada mudou. Isso de ouvir o Tribunal de Contas para saber se pode ou não dar aumento é pura enganação. Quem define se tem ou não reajuste é a prefeitura. Não é o Tribunal nem o Ministério Público.”, disse ele.  

A professora e vereadora Amanda Gurgel (PSTU) acompanhou a assembleia e declarou apoio aos educadores. Ela afirmou que o mandato está à disposição da luta da categoria e criticou o prefeito Carlos Eduardo por não respeitar os direitos dos trabalhadores. "O prefeito vive pedindo paciência, vive dizendo que não pode atender as reivindicações porque está no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Muito estranho. Quando foi para sancionar o aumento escandaloso em seu próprio salário e no dos vereadores, o prefeito não lembrou desta lei.", lembrou Amanda.

Os professores também aprovaram uma moção de repúdio contra o prefeito Carlos Eduardo por ter aumentado a passagem de ônibus. "A prefeitura isenta os empresários de pagar impostos, faz contratos superfaturados com empresas terceirizadas e ainda aumenta a passagem de ônibus. Ou seja, para os empresários, o prefeito dá tudo. Para os trabalhadores e a educação pública, nada. É hora de dar uma resposta.", destacou a vereadora do PSTU.