Redação

 

A Polícia Militar do Espírito Santo está parada desde o sábado, 4. A greve começou quando um grupo de mulheres, familiares dos policiais, acampou em frente aos portões do Quartel do Comando Geral da PM, em Vitória, capital capixaba, e passaram a controlar a entrada e saída de pessoas. Os policias estão aquartelados desde então. Eles não recebem aumento há sete anos e, há três, sequer houve correção pela inflação.

O governo e a grande mídia estão aterrorizando a população, atribuindo a responsabilidade por uma onda de violência à falta de policiamento nas ruas. No entanto, é sabido que o Espírito Santo é um dos estados mais violentos do país. Os policiais trabalham em péssimas condições, correndo risco de morte, e com salários baixíssimos. Ao mesmo tempo, o governo recusa-se a negociar com as parentes dos PMs.

Já a Justiça do Espírito Santo tratou logo de julgar o movimento ilegal. Como o Código Penal Militar proíbe que policias façam greve, a Justiça caracterizou o movimento como, na prática, sendo uma greve da PM. As familiares, contudo, garantem que não permitirão a saída dos policiais enquanto não forem recebidas para negociação. Faixas e cartazes evidenciam os motivos do protesto: “Pior salário do Brasil”, “Mais dignidade para os nossos PMs” e “Se eles não podem, eu posso”.

Esses fatos demonstram o descaso do governo do PMDB com a segurança no estado. No entanto, esse mesmo governo não titubeia em ordenar a PM a reprimir os movimentos sociais. O governo federal, por sua vez, enviou tropas das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança, que sequer têm experiência em policiamento, ao estado. A medida, além de não resolver o problema dos policias e de suas famílias, não vai garantir a segurança da população.

PSTU-ES se posiciona sobre a greve
A culpa de todo o caos e de qualquer coisa que venha a acontecer no estado é do governador Paulo Hartung (PMDB) que não dá condições de trabalho e paga salários totalmente defasados. O governador que trata empresas como Rodosol, Samarco, Fibria etc. com generosidade impõe um enorme arrocho ao conjunto dos servidores.

Paulo Hartung se recusa a negociar enquanto o movimento continua. Porém a greve só aconteceu porque o governo não negociou. Nada disso é novidade. É importante que os trabalhadores da polícia percebam quem está do seu lado e se recusem a reprimir qualquer movimento social e de trabalhadores. Que parem de massacrar a juventude pobre e negra das periferias.

É preciso que se juntem à luta do conjunto dos servidores contra os ataques de Hartung e Temer. É preciso construir uma polícia unificada, desmilitarizada, controlada pela população, com direito a greve e livre organização.

O exército nas ruas só vai piorar a situação. Não estão preparados para lidar com a população, como bem mostra o que fazem nas favelas do Rio e do Haiti, massacrando e oprimindo o povo pobre, principalmente os jovens e negros.

Todo apoio à greve da PM! Paulo Hartung, a culpa é sua!

Por Redação e PSTU-ES