Terminal Alemoa, em Santos

Confirmando sua tradição de luta, os petroleiros do Litoral Paulista cruzaram os braços em todas as unidades. A greve começou ainda na noite dessa quarta-feira (28), com os ônibus dos turnos das 23h e 0h chegando completamente vazios na RPBC, em Cubatão, Terminal Alemoa, em Santos, e Tebar, em São Sebastião.

Na manhã desta quinta-feira (29) se incorporaram à greve, que se enfrenta contra a venda de ativos e luta por um ACT digno, os trabalhadores do Edisa Valongo, em Santos, Terminal Pilões, em Cubatão, UTGCA, em Caraguatatuba, e plataformas de Merluza e Mexilhão, na Bacia de Santos.

Adesão é forte!
Em todas as unidades, a adesão da categoria em nossa base é muito grande. Na RPBC, adesão de 100% no turno e 60% no ADM. No Terminal Alemoa, em Santos, adesão de 100% no turno e ADM, com aproximadamente 30% dos petroleiros terceirizados também em greve. Na UTGCA, onde a greve foi deflagrada a partir das 5 horas, adesão de 100% no turno, 80% na manutenção e 30% no ADM. No Tebar, em São Sebastião, adesão de 100% no turno e 80% no ADM. No Terminal Pilões, adesão de 90% no ADM para a greve. O turno realizou atraso de duas horas.


Greve em Cubatão

No Edisa Valongo, em Santos, boa parte dos trabalhadores sequer foi ao trabalho. A adesão foi de aproximadamente 80%. Se na última mobilização a lembrança é da repressão policial, sob as ordens do gerente geral da unidade, na manhã desse dia 29 a PM não ficou mais de dez minutos em frente à unidade, demonstrando que o repúdio e solidariedade da categoria foram importantes para forçar a empresa a recuar no uso da força policial para reprimir as mobilizações. Nas plataformas de Merluza e Mexilhão, a greve vem sendo realizada com a paralisação dos serviços a bordo e emissão de PT’s (Permissões de Trabalho) e manobras somente necessárias à segurança e habitabilidade.

Caso a empresa não libere os trabalhadores que desde esse dia 28 estão nas unidades operacionais, o sindicato entrará com habeas corpus para retirar os trabalhadores que cumprirão a jornada máxima dentro de algumas horas.

Bases da FNP
Greve forte também nas bases do Sindipetro PA/AM/MA/AP. Na Amazônia, o dia começou com trancaços no Porto Encontro das Águas (PEA) e no Prédio Regional Norte (UO-AM). Na Transpetro Belém ocorre greve de 24h, com adesão de 100% do turno e mais de 60% no administrativo. Os petroleiros da unidade avaliarão o quadro da greve nesta sexta-feira, 29, com indicativo de manutenção do movimento. Na Unidade Petrolífera do Urucu (AM) também está ocorrendo greve por tempo indeterminado, com garantia apenas do efetivo mínimo. No prédio Compartilhado Belém foi realizada paralisação de 2h.

Na base do Sindipetro Alagoas/Sergipe, no Tecarmo, Polo Atalaia, os trabalhadores deflagraram greve com adesão de 80% entre os petroleiros próprios e 60% entre os terceirizados. Na base de Carmópolis (SE) a categoria também está em greve. Na sede a adesão foi de 90% com participação de próprios e terceirizados, que rejeitaram a proposta da Petrobrás e aprovaram greve de 48h com reavaliação em assembleia amanhã, dia 30, pela manhã. Na base de Pilar (AL), os trabalhadores aprovaram atraso de duas horas com reavaliação amanhã.

No Rio de Janeiro, o TABG entrou forte na greve nacional com adesão dos trabalhadores do turno e do administrativo. Até o momento, os terceirizados também não entraram. No TEBIG, atraso com assembleia que determinou nova assembleia amanhã, sexta-feira (30), para definir a entrada na greve. Na UTE o atraso foi até às 10h e na Transpetro Sede/CNCO a forma utilizada foi o trancaço no início do expediente. Na sexta-feira (30) o Complexo CENPES/CIPD se soma à greve nacional.

Em São José dos Campos, na REVAP, onde categoria e dirigentes sindicais sofrem forte repressão e perseguição das gerências, os trabalhadores realizaram na manhã desta quinta-feira trancaço durante assembleia que discute a construção da greve na unidade. Na troca de turno da tarde, às 15 horas, houve corte de rendição.

Em defesa da Petrobrás, nenhum direito a menos!
Se a companhia pretendia desmobilizar a categoria com a negociação dessa quarta-feira, ganhou como resposta da categoria nenhuma confiança, pois o novo índice proposto (8,11%) e a retomada da negociação em mesa única, com todo o Sistema Petrobrás, são avanços ainda muito tímidos diante dos ataques que a empresa segue tentando impor à categoria.

Por isso, a FNP dá seqüência às negociações com a companhia nesse dia 29, às 14 horas, para debater o plano de desinvestimento, e no dia 30, sobre SMS, com a categoria mobilizada. É preciso arrancar avanços, dando uma demonstração de força e disposição de luta à direção da Petrobrás. A greve também é por um reajuste digno, contra a retirada de direitos históricos em nosso ACT e contra o plano de Desinvestimento, que vende ativos lucrativos e rebaixa direitos.

ATUALIZAÇÃO no 2º dia de greve, sexta-feira

Litoral Paulista
As mobilizações acontecem com muita força, a greve continua atingindo todas as unidades. Os ônibus de turno chegam às bases completamente vazios, cena que se repete em praticamente todos os ônibus do ADM. Na RPBC, em Cubatão, a adesão do turno na manhã desta sexta foi novamente de 100% e de aproximadamente 70% no ADM. Ainda assim, alguns grevistas fizeram questão de comparecer à unidade para conversar com os dirigentes e buscar informações sobre a campanha.

Outra base com forte adesão é o Terminal Alemoa, em Santos, onde a unidade está entregue ao grupo de contingência há 23 horas. Diante disso, o carregamento de navios na unidade está sendo afetado. Nesta sexta-feira, a adesão foi de 100% no turno e ADM. Diante do alto grau de mobilização, a empresa já iniciou práticas antissindicais. A gerência da unidade está “orientando” os petroleiros terceirizados a entrarem pela portaria da CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo), alternativa usada apenas em caso de emergência. Segundo a guarda portuária, após contato do Sindicato, a empresa sequer solicitou acesso. “Quando é conveniente à empresa, no caso evitar a participação dos terceirizados na greve, regras de segurança são alteradas e descumpridas ao bel prazer pelos gestores da empresa, mesmo que isso coloque em risco a segurança dos empregados”, denunciou Fabíola Calefi, dirigente do Sindipetro-LP.

No Edisa Valongo, mais uma vez com a contribuição de outras entidades (CSP-Conlutas, Sindicato dos Metroviários de São Paulo e Intersindical), o sindicato realizou trancaço e o registro é de adesão de ao menos 90% dos trabalhadores. Na UTGCA, em Caraguatatuba, adesão de 100% do turno, 95% da manutenção e 50% do ADM. A unidade, que recebe o gás produzido do pré-sal localizado na Bacia de Santos, também tem sido afetada pela greve, pois não tem conseguido escoar dois produtos derivados deste gás depois de processado: C5+ e GLP. No Tebar, em São Sebastião, adesão de 100% do turno e 70% do ADM. Com a unidade entregue ao grupo de contingência às 14 horas de ontem, que vem realizando apenas serviços essenciais, o terminal já opera com carga reduzida.

Nas plataformas de Merluza e Mexilhão, a greve vem sendo realizada com a paralisação dos serviços a bordo e emissão de PTs (Permissões de Trabalho) e manobras somente necessárias à segurança e habitabilidade.

Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, os trabalhadores do TEBIG aprovaram em assembleia na manhã desta sexta-feira (30) greve durante todo o dia. No TABG, a greve entra no segundo dia com direito a “piquete marítimo”. Dirigentes do Sindipetro-rj impediu que as lanchas levassem petroleiros “fura-greve” até o terminal. Houve ainda trancaço no CENPES, e mesmo com a intervenção da PM, para que um portão fosse aberto, dezenas se trabalhadores ainda permaneceram mobilizados. A diretoria do Sindipetro-RJ realizou assembleia e o movimento foi estendido até as 9 horas.

Alagoas/Sergipe
No Tecarmo, Polo Atalaia, em Aracaju (SE), os trabalhadores seguem com greve e a adesão é de 90% dos trabalhadores do ADM, turno e terceirizados. Na base de Carmópolis (SE) a categoria também está em greve desde ontem (29). O movimento cresceu e houve 90% de adesão. Na Sede Aracaju (UO-SE) a adesão foi de 70%. Os trabalhadores dessas três unidades deliberaram em assembleia manter o movimento com reavaliação na próxima terça-feira (3). Na base de Pilar (AL), os trabalhadores realizaram atraso de duas horas, movimento que já havia sido realizado ontem.

São José dos Campos
Na REVAP, base de São José dos Campos, desde ontem (29) o Sindicato vem realizando sucessivos cortes de rendição na entrada dos turnos. Hoje pela manhã, além de corte de rendição no turno das 7 horas, parte dos trabalhadores do ADM decidiram entrar em greve mesmo com toda a repressão sofrida pela categoria. O gerente da unidade acionou a Polícia Militar para forçar a entrada dos trabalhadores. Além disso, o chefe de segurança entrou em todos os ônibus do ADM parta intimidar e assediar os trabalhadores.

Pará/Amazonas
Na base do Sindipetro-PA/AM/MA/AP, a greve continua na Transpetro Belém com adesão de 100% no Turno, Manutenção e SMS. No ADM, 50% de adesão. A greve por indeterminado e a reavaliação do movimento será feita na terça-feira (3). Na Transpetro São Luis, Maranhão, houve corte de rendição com 100% de adesão do turno das 6 horas. Em relação às demais bases, sobretudo aquelas localizadas no estado do Amazonas, ainda aguardamos informações.

O quadro será atualizado ao longo do dia assim que houver novidades.

Negociações
Em relação à negociação entre FNP e Petrobrás na última quinta-feira (29), enquanto a categoria se mobilizava em todas as bases, foi uma reunião de apresentação do Plano de Desinvestimento da companhia. Mais uma vez, ficou claro que esta medida reforça o papel da empresa como mera exportadora de óleo cru e adota com saída para a crise uma ação que prepara o desmonte da empresa. Os dirigentes da FNP se colocaram, mais uma vez, explicitamente contra a venda de ativos.

Nesta sexta-feira (30), empresa e FNP estão novamente em negociação. A companhia pretendia inicialmente discutir apenas SMS, no entanto os dirigentes da entidade (sem prejuízo da importância de debater também este tema) exigiram a discussão dos pontos fundamentais do ACT, sobretudo a tentativa de retirada de direitos. Diante disso, serão discutidos os capítulos 1, 2 e 6 do ACT (cláusulas econômicas, vantagens pessoais e benefícios), além de outras questões que tocam no rebaixamento de direitos. A reunião será das 10h às 14h. Além disso, mais uma vez em mesa, a FNP exigiu uma nova proposta. Sem isso, a mobilização da categoria segue!