Ocupação dos Educadores começou nesta quarta, 23 de outubro

Os trabalhadores em educação do estado do Pará ocuparam, durante a manhã desta quarta-feira (23/10), o prédio da Secretaria de Educação (Seduc). A categoria completa um mês em greve e aposta na radicalização do movimento para obter respostas do governo do estado. Jatene (PSDB), por sua vez, continua intransigente e afirma que não negociará com os trabalhadores enquanto eles não voltarem para as salas de aula. Além disso, sustenta o argumento de que 90% das reivindicações já foram atendidas. Os trabalhadores, por outro lado, respondem: “mentira!”. A ocupação é por tempo indeterminado.

Cerca de 500 pessoas, entre estudantes, técnicos e professores iniciaram a manhã concentrados na Praça do Operário. A categoria havia marcado um ato a partir das 8h. O que seria uma marcha em defesa da educação, contudo, tornou-se o mais importante fato político da greve até o momento: a ocupação da Secretaria de Educação. “Ocupar este espaço não é apenas simbólico, mas político. Este é o maior fato de enfrentamento com o PSDB de Jatene!”, afirmou o coordenador estadual da CSP-Conlutas e militante do PSTU, Abel Ribeiro. Ainda segundo ele, a ação de radicalização tem duas funções: pressionar o governo a sentar e negociar as pautas da categoria e fortalecer ainda mais a greve. “É hora de todos aqueles que defendem a educação se solidarizarem com esta ocupação: seja vindo para cá, seja enviando notas de apoio. A solidariedade de classe nos fortalece!”, disse.

Por volta das 11h, os trabalhadores conseguiram tirar o sistema de informação da Seduc do ar e as atividades envolvendo internet, por exemplo, ficaram inviabilizadas. A perícia chegou tempos depois para tentar restabelecer o sistema, mas um grupo de manifestantes não permitiu. “Esta é uma ação legítima do movimento em greve. Se Jatene (PSDB) não negocia, nem atende nossas reivindicações, hoje, a “Seduc Online” não funciona!”, diziam.

Em mais uma tentativa de acabar com a ocupação e derrotar a greve dos trabalhadores, o secretário adjunto da Seduc, Waldeci Costa, ordenou que policiais da Tropa de Choque bloqueassem o portão de entrada do prédio, impedindo que mais pessoas pudessem se somar ao movimento. “Ninguém entra mais no prédio, inclusive comida”, bradavam. O comando de greve, porém, conseguiu contornar a situação, garantindo a alimentação dos manifestantes.

Mandato operário a serviço da luta pela educação
O vereador Cleber Rabelo (PSTU) esteve presente na ocupação já na parte da tarde. Para o parlamentar, a categoria está de parabéns por seguir resistindo à truculência do governo de Simão Jatene que, como diz um dos cartazes no ato, já mostrou que é inimigo da educação. “O nossos mandato, assim como o PSTU, se solidariza, apoia e constrói essa greve, que é parte da luta em defesa da educação pública”, disse.

A categoria segue na luta pelo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) unificado, pagamento retroativo do piso referente a 2011, jornada de trabalho com no mínimo 1/3 para hora atividade, além das reformas das escolas que ainda não foram sanadas. A assembleia da categoria, marcada para amanhã, deve encaminhar os próximos passos da greve e será realizada na Seduc, na ocupação. 

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