Neste dia 9 de julho morreu Orlando Pereira, o artista ousado, o revolucionário que, por cerca de 10 anos, deu o melhor de si para construir o PSTU na cidade de Juazeiro do Norte, no sul do Ceará, do qual se fez dirigente regional. No último período se afastou da militância orgânica, mas nunca se afastou inteiramente do partido e dos camaradas que, agora, sofrem com o seu falecimento.

Nesses dias, alguém me contou do seu arrojo nas manifestações que colocaram milhares de jovens nas ruas de Juazeiro contra um prefeito que a cidade não merece. Esse foi o último grande ato de um lutador infatigável! Viveu os seus últimos dias como viveu os seus últimos quinze anos: lutando!

Conheci Orlando em meados dos anos 1990. À época, ele ainda era estudante secundarista. Militamos juntos por um bom punhado de anos. Quando deixei Juazeiro do Norte e vim para Fortaleza, em 2006, deixei-o – com outros bravos – com a tarefa de preservar o nosso partido. Todos que o conhecem sabem que ele deu o melhor de si para que essa tarefa não deixasse de ser cumprida.

Já afastado formalmente das nossas fileiras, nunca deixou de atender aos nossos chamados. Sempre que voltei a Juazeiro para uma atividade partidária ou do movimento, lá estava Orlando com o seu impecável sorriso. Uma maldita meningite o levou. Hoje, a cidade anoiteceu mais triste sem o seu sorriso.

Os nossos militantes estão tristes como os seus amigos e os seus familiares – os quais abraçamos e compartilhamos da sua desolação – e cada um de nós parece repetir o que escreveu o poeta Leminski:

Entendo

mas não entendo

o que estou entendendo

9 de julho! Faltavam dois dias para o seu aniversário! Esse episódio trágico ocorre exatamente no momento em que nós, os seus camaradas de sempre, estamos preparando a primeira grande mobilização unificada dos trabalhadores desde que a Frente Popular virou governo. Se nós, militantes socialistas, tínhamos nove bandeiras e nove razões para construir esse dia, agora temos dez bandeiras e dez razões para fazer do onze de julho um grande dia de luta, pois não há forma mais elevada de respeito a um lutador do que seguir a sua luta!

Orlando, presente!

Até o socialismo, sempre!