Ocupação da Ponte Rio Niterói

Nesta segunda-feira, 9 de fevereiro, fecharam espontaneamente a ponte Rio-Niterói em protesto contra as demissões e os salários atrasados

Operários das obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) realizaram uma grande manifestação nesta segunda-feira, fechando a Ponte Rio-Niterói. O protesto foi mais um episódio desta queda de braço que se estende desde o fim do ano passado. O atraso dos salários dos trabalhadores e o não pagamento dos direitos trabalhistas aos 469 demitidos e de cerca de 3 mil funcionários da Alumini Engenharia, empresa que presta serviço no Comperj, foi a gota d’água para estes trabalhadores que já enfrentam há anos o descaso do governo e dos patrões, que fecham os olhos para as condições de humilhação a que são submetidos estes operários há anos.
 
A construção do Comperj é parte da expansão da Petrobrás e bilhões de reais já foram investidos nesta obra. Agora com o escândalo da Petrobrás na Operação Lava Jato as empreiteiras que comandaram toda a roubalheira dos cofres públicos querem descontar nos trabalhadores. O impacto causado pela manifestação de ontem mostra a força dos operários e sua disposição para continuar a luta por seus direitos.
 
Declaramos total solidariedade aos operários do Comperj, que lutam para receber seus salários atrasados e por uma vida digna. É inadmissível que a empreiteira não cumpra com suas obrigações trabalhistas básicas e deixe centenas de famílias abandonadas a própria sorte. O lucro destas empresas não pode estar acima dos direitos dos trabalhadores.
 
A Petrobrás e o governo federal, por sua vez, não podem se omitir do caso porque, afinal de contas, o Comperj é um projeto de sua responsabilidade e interesse.
 
Por último, queremos deixar claro que não foi o PSTU que organizou o ato na Ponte Rio-Niterói, mas entendemos que os operários não tinham outra saída a não ser chamar a atenção da sociedade para a injustiça e a exploração sem limite que ocorre dentro do Comperj.