Fotos Rodrigo da Silva

Milhares comparecem ao ato em Copacabana pedindo a saída de Temer e contra a perda de direitos imposta pelo governo

Sexta-feira (05/08), feriado ensolarado na capital carioca. Dia de abertura dos Jogos Olímpicos, os primeiros na América do Sul. Foi nesse ambiente que cerca de 10 mil pessoas se reuniram na praia de Copacabana para protestar contra os planos de ajuste fiscal e ataque aos direitos da classe trabalhadora e pedindo pela saída do presidente interino, Michel Temer (PMDB).

Foi um protesto unificado, que reuniu desde movimentos e centrais sindicais ligadas ao ex-governo Dilma, como CUT e CTB, passando por grupos de oposição que pedem o retorno de Dilma, como o MTST, até organizações que são abertamente contra o retorno do PT ao poder, como a CSP-Conlutas e o PSTU. Diversas correntes do PSOL também estiveram presentes, assim como o PCB.

O ato começou no fim da manhã, sob forte sol e calor, e com os olhares curiosos de frequentadores da praia e turistas que vieram para a Olimpíada. Aos poucos, os manifestantes iam desembarcando do Metrô, gritando “Fora Temer”, e se concentrando em frente ao tradicional Hotel Copacabana Palace.

Sindicatos, como o de Comerciários de Nova Iguaçu, e oposições como a dos Bancários do Rio, além de movimentos como o SOS Emprego, que reúne desempregados das obras do Comperj e dos estaleiros, além da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), se fizeram presentes. Secundaristas das escolas estaduais que foram ocupadas no Rio, desempregados, trabalhadores de diversas categorias, moradores da periferia, todos sob a bandeira da CSP-Conlutas, além de diversos pré-candidatos do PSTU, como Cyro Garcia e Marília Macedo, que concorrem a prefeito e vice da capital carioca, Elias Alfredo e Brayer Lira, que concorrem a uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio, além de Danielle Bornia e Heitor Fernandes, nossos candidatos à prefeita e vice em Niterói.

Mesmo sabendo que a maioria do protesto, por ser organizada pelas Frentes “Brasil Popular” e do “Povo sem Medo”, se colocava pelo retorno de Dilma Rousseff ao governo, e achava que o impeachment foi um golpe, nós do PSTU não nos esquivamos de estar presentes. Esta unidade pela luta contra os planos do governo Temer de jogar a crise nas costas dos trabalhadores, e pela derrota do governo, é fundamental se queremos impedir que os ricos imponham a conta da crise sobre a classe trabalhadora e o povo pobre.

Mas também não nos esquivamos de apresentar nossa política. Achávamos, e ainda pensamos assim, que o PT de Lula e Dilma não governou nem governará pelos interesses dos trabalhadores, e sim a favor de seus ex-aliados da elite brasileira. Não podemos nos esquecer que o ministro da Fazenda era um banqueiro e, a da Agricultura, uma latifundiária. É por isso que só uma greve geral que coloque todos para fora, de Temer a Bolsonaro, de Aécio a Dilma e Lula, que marque eleições gerais sob novas regras, com financiamento público de campanha e tempo igual de TV, será capaz de derrotar a burguesia e seus agentes.

Da mesma forma, só um governo de trabalhadores, apoiado nas organizações da classe trabalhadora e em conselhos populares, será capaz de tirar o país da crise, estatizando empresas que demitam ou que fechem, colocando sob controle dos trabalhadores bancos, terra e demais riquezas. Enfim, um governo que destrua o capitalismo e coloque o Brasil num rumo socialista, o único capaz de salvar nossa sociedade da completa destruição.