Redação

 

No dia 18 de maio, houve uma grande manifestação pelo “Fora Temer” em Porto Alegre (RS). Cerca de 20 mil pessoas marcharam pelo centro da cidade em mais uma demonstração de luta contra esse governo e suas reformas. Lamentavelmente, durante o ato houve um grave caso de agressão que deve ser repudiado pelo movimento.

O que aconteceu
Quando o ato ainda estava na Esquina Democrática, lugar tradicional de manifestações na cidade, a organização MRS estendeu sua faixa com os dizeres “Fora Temer, Fora Todos! Nem direita, nem PT! Revolução! Trabalhadores no poder!”. Até então, tudo certo. O problema começou quando quatro bate-paus identificados com camisetas da Central Única dos trabalhadores (CUT) e até conhecidos dirigentes sindicais partiram para cima dos militantes do MRS que seguravam sua faixa e simplesmente a arrancaram de suas mãos após agressões físicas e roubaram a faixa por discordar da sua política.

A atitude dos ativistas da CUT é absurda e um grande ataque à liberdade de expressão das organizações da classe trabalhadora. É direito das organizações expressarem sua opinião política, seja numa assembleia, seja numa greve, num ato ou onde for. Concordando ou não com sua visão, o direito de expressão das organizações da nossa classe deve ser garantido. Esse deveria ser um princípio básico de todos que compunham o ato.

Já basta a perseguição e a repressão da burguesia
Como se já não bastasse a perseguição, a repressão e a violência que a burguesia imprime diariamente sobre nós, quando uma organização que deveria representar os trabalhadores reprime e agride gratuitamente uma organização de esquerda, está fazendo o jogo da burguesia. E mais, não medindo o risco que uma confusão num ato dessa magnitude poderia causar.

Unidade para derrubar Temer sem esquecer as divergências estratégicas
Nossa unidade em torno da derrubada de Temer e o sepultamento definitivo das reformas deve continuar. Porém isso não significa eliminar nossas diferenças estratégicas, ainda mais à força, com agressão, cerceamento da livre expressão, desrespeito à autonomia e à independência das organizações.

Nossas diferenças devem ser resolvidas com os métodos da classe trabalhadora, aplicando em toda e qualquer situação a democracia operária. Assim com é direto que cada organização tenha sua política, para além do que nos une, uns são pelas eleições diretas, outros pela assembleia constituinte. Essas não são políticas do PSTU, mas devemos respeitá-las e termos também o direito de defender nossas ideias. O fato é que é preciso reconhecer o direto de manifestação do MRS.

Por Direção PSTU-RS