Paralisação das operárias da Sun Tech
Foto: Tanda Melo

Trabalhadores lutam contra a retirada de direitos promovida pelo governo federal

Os metalúrgicos da região deixaram seu recado para a presidente Dilma Rousseff, nesta sexta-feira 6, Dia de Lutas e Paralisações: não vamos pagar pela crise criada pelo governo e pelos patrões. Em seis fábricas, houve protestos contra todos os ataques que estão sendo realizados aos direitos dos trabalhadores. 



No primeiro turno da GM, houve atraso de 40 minutos na produção, com exigência de revogação imediata das medidas provisórias 664 e 665, que restringem o acesso ao seguro-desemprego, pensão, PIS e auxílio doença.  Estas medidas estiveram no centro de todas as mobilizações.



“De nada adianta remendar essas MPs, como as centrais sindicais pelegas estão propondo. É preciso derrubar as medidas na íntegra, já que elas trazem apenas prejuízo aos direitos dos trabalhadores”, disse o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá. 



Em Jacareí, três fábricas participaram das mobilizações: Acteco, Schrader e Volex.  Na Acteco, fábrica de motores da Chery, cerca de 70 trabalhadores decidiram realizar uma paralisação de 24 horas. Além das MPs, os metalúrgicos lutam por direitos específicos da categoria. Até agora, a empresa não negociou a Campanha Salarial 2014. A falta de respeito é tão grande que duas reuniões de negociação já foram adiadas. Não há um acordo coletivo assinado com o Sindicato, ou seja, a empresa está atuando de forma irregular.



“Os trabalhadores da Acteco já deixaram claro que não vão aceitar o desrespeito e as promessas não cumpridas da empresa. Se não houver negociação, a produção vai parar novamente”, afirma o diretor do Sindicato Nilson Ferreira Leite.



Na Schrader, o atraso na produção foi de duas horas e contou com a participação de 150 metalúrgicos.



Nas fábricas em que as trabalhadoras são maioria, o dia também foi de mobilização pelo Dia Internacional da Mulher. Na Sun Tech, zona leste de São José dos Campos, Blue Tech, em Caçapava, e Volex, em Jacareí, houve atraso de uma hora no início da produção. 



Este ano, o Dia Internacional da Mulher será marcado pela luta de combate à violência contra a mulher. Mas também estarão em pauta as MPs 664 e 665. As mulheres estão entre as mais prejudicadas, especialmente pela restrição à pensão por morte e ao seguro-desemprego.



“Neste dia de luta, queremos mostrar para a presidente Dilma que as mulheres não ficarão caladas diante de todas essas reduções de direito. As trabalhadoras vão mostrar mais uma vez sua força e exigir a revogação das medidas provisíorias”, afirma a diretora Rosângela Calzavara.