Mais de mil pessoas protestaram no dia da visita do papa Francisco

 
Mais de mil ativistas se reuniram hoje no Largo do Machado, no dia da recepção do Papa Francisco pelo governador Sergio Cabral para protestar contra os R$ 118 milhões utilizados para viabilizar a visita do chefe da Igreja Católica e para reivindicar direitos, como união civil entre homossexuais, legalização do aborto, entre outros.
 
Respeitamos as opções religiosas de todas as pessoas. Mas para os LGBTs as posições do Papa Francisco, representando a Igreja Católica, e ao do deputado federal e pastor evangélico Marcos Feliciano são nefastas. Ambos são inimigos ferrenhos do movimento LGBT, que luta pelos seus direitos civis no Brasil e no mundo. Na véspera da visita do Papa foi aprovado o chamado Estatuto do Nascituro na Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados. Esse projeto tem apoio de líderes religiosos evangélicos, membros da Igreja Católica, entidades espíritas e parlamentares. O projeto proíbe o aborto em caso de estupro e ainda prevê uma “bolsa estupro” para aquelas que sofreram a violência sexual. Tal projeto significa a banalização da violência e a criminalização das mulheres estuprada.
 
Por tudo isso, os manifestantes hoje realizaram um “beijaço” e cantaram palavras de ordem como “Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser” e “Pelo direito ao meu corpo, legaliza o aborto”. Os manifestantes cantaram também “Fora Cabral, fora do país, devolve meu Maraca e vai morar em Paris” e “ÔOOO, Cabral é ditador”, expressando seu repúdio a esse governador corrupto e autoritário, que só sabe “dialogar” na base da truculência policial.
 
Para além das fotos e dos gestos piedosos para “os pobres e oprimidos”, a Igreja, como faz há quase dois mil anos, estará fazendo o que sempre soube fazer: defender o sistema que está a serviço dos ricos e poderosos. O que os estudantes e trabalhadores estão pedindo, a Igreja não vai defender.

 
– Pela legalização do aborto!
– Em defesa do casamento gay com direito à adoção!
– Nenhum centavo para Copa: mais dinheiro para saúde e educação!
– Fora Cabral e Pezão!
– Abaixo a política econômica do governo Dilma!
– Nem a direita, nem o PT: trabalhadores no poder!