Ana Pagu, de São Paulo (SP)

Neste dia 31, haverá atos em várias capitais no país. Várias categorias irão às ruas e outras farão atividades contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e contra a terceirização. As mobilizações do 15M indicaram a disposição dos trabalhadores para unificar as lutas ao redor do enfrentamento ao governo e das reformas. O dia 31 para que realmente seja um “esquenta da Greve Geral” precisa ser uma expressão desse processo.

Diferente da mobilização do dia 15, o 31 não começou sendo construído coletivamente, por isso, gerou muitas dúvidas sobre o seu objetivo. Originalmente, foi proposto e convocado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo como parte da agenda de luta “contra o golpe”, “em defesa da democracia e de Lula”. Porém, impulsionado pelas categorias em luta, que tomaram a data como parte da jornada pela Greve Geral, pelo sentimento de unificar os trabalhadores contra as reformas, os atos não podem ser um dia por “Lula 2018”. Seria um grave erro perante todos os que estão mobilizados.

Diante da convocatória da FPSM e FBP, o PSTU defendeu a mudança no caráter do ato, que fosse organizado pelas centrais, que fosse contra as reformas e que houvesse um comando comum de intervenção em que todos teriam o direito a defender sua opinião sobre a saída política para o país. A luta dos trabalhadores impulsionou esse clima. No Rio de Janeiro e Fortaleza, houve uma reunião para preparar e o ato e o acordo comum foi a luta contra as reformas e contra a terceirização. Em São Paulo, por outro lado, as centrais não foram chamadas para discutir o formato do ato, que será realizado logo após a assembleia dos professores do estado.

Nesta sexta-feira, as categorias estarão nas ruas. O PSTU participará das atividades deste dia junto às categorias em luta. Vamos aproveitar para agitar a importância do 28 como um grande dia de Greve Geral construída desde a base, através da organização de comitês de luta nos bairros, nos locais de trabalho, nas escolas, para unir a juventude, os sindicalistas, os lutadores populares e todos aqueles que estiverem contra as reformas. A Greve Geral é a única maneira de derrotar as reformas.

Para isso é necessária uma luta consequente. Negociar pontos ou emendas como tem feito a direção da Força Sindical enfraquece e divide o movimento, é uma traição que fortalece o governo para atacar os trabalhadores. Por outro lado, subordinar as lutas em curso ao acordo com a estratégia eleitoral do PT, transformando os atos em palanques eleitorais para Lula 2018 é ajudar a dividir a classe desviando o foco na construção da Greve Geral e semeando ilusões de que as eleições resolvem a vida dos trabalhadores.

Sabemos muito bem que esse sistema eleitoral está falido, é injusto e totalmente corrompido. Devemos fazer as mudanças por nossas próprias mãos e não esperar por eleições. A mobilização da classe operária, dos trabalhadores, dos setores populares, deve servir para avançar num projeto da classe trabalhadora contra o capitalismo e a burguesia e não numa estratégia eleitoral que não rompe com a conciliação de classes com a burguesia.

É necessária a unidade mais ampla neste momento em base a pontos comuns muito simples: contra as reformas da Previdência, trabalhista, as terceirizações e pela Greve Geral. Isso unifica e é o que espera todos os que estão lutando e comparecerão aos atos do 31. Nossos sonhos não cabem nas urnas e nem em candidaturas aliadas com a burguesia, queremos e podemos construir a Greve Geral para derrotar as reformas e o governo, botar para fora Temer e todos os corruptos, na perspectiva de acumular consciência e organização em direção ao horizonte socialista.