Grafite de organizações neonazistas no Rio de Janeiro

Flagramos, nesta sexta-feira (4 de outubro), um grafite da organização neonazista “Combat 18” na Praça XV, próximo das barcas no Rio de Janeiro. A imagem mostra o ditador alemão Adolf Hitler cumprimentando, com um aperto de mão, o que seria a imagem de um componente do Black Bloc. Abaixo da imagem tem a assinatura “C18” (Combat 18), dos autores e também a sigla “ATB”, que significa “Brigada Ariana do Terror”.  
 
Não se trata da primeira aparição desta seita neonazista. Em março deste ano, estes indivíduos que se reivindicam seguidores de Hitler colaram vários cartazes na Lapa nas proximidadesdas sedes do PSTU, PCB, PSOL, MTL e Sindsprev, em uma clara provocação contra os movimentos sociais. Os dizeres nos cartazes eram os seguintes: “Comunistas e subversivos, o Combat 18 está de olho em vocês. (…) Ninguém será poupado!!! (…) Estejam preparados pois a única alternativa para vocês é a MORTE!!! (…) Lixo vermelho a sua hora chegou”.
 
Parte do grupo foi presa, em Niterói no dia 27 de abril de 2013, por agressão a um nordestino na praça Araribóia. Os nomes dos criminosos são: Tiago Borges Pita, 28, Carlos Luís Bastos Neto, 33, Davi Ribeiro Moraes, 39, Caio Souza Prado, 23, Philipe Ferreira Ferro Lima, 21, e Jéssica Oliveira Charles Ribeiro, 26, além de um adolescente de 15 anos. No carro do grupo, a polícia encontrou objetos para tortura, bandeiras com suásticas, blusas com símbolos nazistas, botas com biqueiras de aço, livros sobre neonazismo e folhetos.
 
Um alerta aos Black Blocs
O grafite do C18 na Praça XV coloca a possibilidade de que a organização neonazista esteja infiltrada nos Black Blocs. Dessa forma, poderia também estar atuando clandestinamente por dentro da Frente Independente e Popular (FIP). Essa suspeita não é novidade. Na própria página dos BB no Facebook já existiu essa discussão. 
 
É comum que a polícia ou organizações de ultradireita se infiltrem nas organizações combativas de esquerda. O mais provável é que todas as organizações dos movimentos sociais tenham provocadores de diferentes matizes em seu interior. No mínimo, é provável que haja agentes monitorando, espiando. Então, todo o cuidado é pouco.
 
O PSTU fez muitas polêmicas de método e programa com os Black Blocs, pois consideramos a forma mais correta e democrática de debatermos nossas diferenças. Mas, apesar de nossas diferenças, que são muitas, somos companheiros na luta contra a ultradireita e os governos de Cabral e Paes. 
 
Realizar uma grande campanha contra o neonazismo
Nosso país entra em uma nova situação de luta de classes. As “Jornadas de Junho” abriram um processo de massas, que não será fechado facilmente pela burguesia do país. Na polarização entre as classes, é natural que tanto as organizações de esquerda quanto as de ultradireita se enfrentem e disputem posições na sociedade.
 
Em setembro deste ano, foi assassinado a facadas na Grécia o rapper Pavlos Fissas, conhecido por suas músicas antirracistas e de orientação anarquista. Sindicatos e movimentos de juventude acusam o Partido Aurora Dourada (xenofóbico, racista e homofóbico) pelo crime. Um homem de 45 anos, seguidor declarado do partido de extrema direita, confessou o crime e deve comparecer no sábado perante um promotor. Os deputados do Aurora Dourada foram cassados (temporariamente) e também responderão pelo crime.
 
Em primeiro lugar, não toleraremos nenhum tipo de provocação, ameaça ou intimidação a nossos militantes ou a qualquer organização democrática. Convidamos partidos de esquerda, partidos democráticos, sindicatos, entidades estudantis, organizações anarquistas, os Black Blocs e os movimentos sociais como um todo para não dar nenhum tipo de espaço para grupos deste tipo e ter uma vigilância permanente contra infiltrações e provocações.
 
O PSTU não deixará de erguer essa bandeira.
– Nenhuma tolerância aos grupos neonazistas e de extrema direita em geral;
– Prisão para todos os integrantes do C18 e demais organizações de orientação neonazista e fascista;
– Prisão para colaboradores e financiadores dessas organizações criminosas;
– Categorizar o neonazismo como crime inafiançável