Greve Geral contra o pacote e as reformas de Temer

A aprovação pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro da autorização para a venda da CEDAE, sem dúvida alguma, representa um duro ataque aos trabalhadores e ao povo pobre do estado do Rio, mas a luta contra o Pacote de Pezão e as reformas de Temer apenas começou. Mais do que nunca é preciso chamar uma grande mobilização pelo Fora Pezão que unifique todos os segmentos dos trabalhadores, servidores, juventude e que coloque abaixo esse governo e construir a Greve Geral contra o pacote e as reformas de Temer.

Nossa luta apenas começou. O Termo de Compromisso firmado entre Pezão e Temer/Meirelles prevê uma série de outras medidas que, se aprovadas, representarão enormes perdas para a população, os trabalhadores, os servidores, com a piora dos serviços púbicos, congelamento de salários, vencimentos e pensões, aumento da contribuição previdenciária, proibição de contratações e privatização generalizada.

O acordo, que se serviu de base para o Regime de Recuperação Fiscal apresentado pelo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para os estados em crise, prevê a suspensão do pagamento  da dívida com a União por pelo menos três anos e a liberação de empréstimo emergencial ao estado desde que privatize a CEDAE, último ativo do Rio de Janeiro, que como bem disse Mesac Efrain, Presidente da Associação do Bombeiros do RJ, na Coordenação Estadual da CSP-Conlutas do RJ: “se privatizar resolvesse a situação, não estaríamos em crise porque os governos privatizaram todas as empresas do estado e o único ativo que sobrou foi a CEDAE”.

Em verdade, a crise pela qual passa o Rio de Janeiro, os demais estados do país e a própria União, é devido ao pagamento da Dívida Pública (empréstimos internos e externos) aos bancos, que consome quase 50% do Orçamento da União e que já bloqueou cerca de R$ 700 milhões das contas do estado do Rio no final do ano passado. Assim, o acordo, caso seja aprovado por completo, não resolve a crise, pode até adiar momentaneamente, mas vai agravar mais ainda pois vende-se a CEDAE e a dívida aumenta. Enquanto isso, nenhuma empresa corrupta estatizada, nem expropriação dos bens de corruptos e corruptores ou fim das isenções fiscais.

 

É preciso construir uma Greve Geral
Apesar da enorme disposição de luta demonstrada pelos trabalhadores, servidores públicos, bombeiros e policiais militares ao longo de todos esses meses desde o início da crise do estado do Rio, infelizmente as direções do movimento, especialmente o Muspe, a CUT, a CTB, não estiveram à altura do movimento e se recusaram a construir e convocar a Greve Geral como proposta pela CSP-Conlutas e assembleias de inúmeras categorias profissionais.

Os ataques dos governos exigem uma resposta unificada dos trabalhadores e de toda população oprimida, que é a Greve Geral. A defesa dos salários, empregos, serviços públicos é uma luta de todos, mas a responsabilidade de organizar e convocar é das direções do movimento.

Estão dadas as condições para Greve Geral que paralise o Rio de Janeiro, envolva toda a população e derrote o governo e seu plano. Infelizmente, as direções ficaram a reboque do calendário da AT

Ato em frente à Alerj no dia 20. Foto Agência Brasil

e não construíram a Greve Geral. Pior ainda, o PT, que dirige a CUT, e o PCdoB, que dirige a CTB, apoiaram a reeleição para Presidência da ALERJ de Picianni, principal artífice da votação do projeto de venda da CEDAE. No Senado, apoiaram o candidato do Temer. Não apostam na luta, nem na derrubada de Pezão porque sabem que fortalece a luta pelo Fora Temer, assim se limitam a uma oposição institucional para capitalizarem eleitoralmente em 2018. O PSOL ao se limitar a uma ação meramente parlamentar, institucional, através de CPI, impeachment, também não prioriza a mobilização.

Fora Pezão/Dornelles/Picianni! Eleições Gerais Já!
Mas é possível virar esse jogo. Há uma enorme indignação na classe, nas massas, contra Pezão e os governos, que promovem ataques violentos e retirada de direitos da classe enquanto saqueiam os cofres públicos como o governo Cabral. A cassação da chapa Pezão/Dornelles pelo TRE demonstra que até setores da burguesia já não defendem mais esse governo de bandidos.

Vamos seguir a luta contra o pacote mas vamos reunir trabalhadores, servidores públicos, estudantes e toda a população numa grande campanha  pelo Fora Pezão, Eleições Gerais, Já

O Fora Pezão, Eleições Gerais Já, entrou na ordem do dia. Pezão pode cair a partir de uma grande mobilização. É preciso ganhar as ruas com o Fora Pezão, transformar em ação o “abaixo o governo”. É possível derrubá-lo pelas mãos do movimento de massas e abrir outra conjuntura no estado e no país, que também coloque o Fora Temer em outro patamar.

A preparação dos atos do dia 8 de março reflete isso e os atos podem surpreender. Soma-se ao clima no país, o ascenso mundial de mulheres, a Greve Mundial de Mulheres convocada e o rechaço a Trump. Esse descontentamento generalizado que paira pelos ares e que, por culpa das direções, não se canaliza para uma greve geral, pode acabar sendo canalizado para os atos previstos, a começar pelo 8 de março.

Construir Comitês contra a reforma da Previdência, o pacote de Pezão e pela Greve Geral
Nas lutas contra a reforma da Previdência, contra o pacote de Pezão e pela Greve Geral, vamos construir Comitês Populares nos locais de trabalho e moradia: fábricas, escolas, universidades, bairros e comunidades.

A reforma da Previdência representa um duríssimo ataque a toda a classe trabalhadora e a luta contra a reforma pode unificar todos os segmentos dos trabalhadores com os servidores e a juventude.

É preciso fazer o chamado e construir nos locais de trabalho, estudo e moradia comitês de base contra a reforma da Previdência e pela Greve Geral e, a partir daí, impulsionar a auto-organização dos trabalhadores e da juventude e a construção de uma alternativa de direção para o movimento.

No Pedro II, já foi aprovado a conformação de um Comitê contra a Reforma da Previdência. Isso não é um caso isolado e essa iniciativa pode e deve ser estendida a demais setores e estruturas. A exemplo da luta contra a Alca ou da luta contra a Reforma da Previdência de Lula em 2003, podemos montar comitês de base nas estruturas de trabalho, estudo e moradia na cidade do Rio de Janeiro, como em Niterói, São Gonçalo, Baixada Fluminense, Sul Fluminense, etc.

Fora Temer! Fora todos os corruptos!
As lutas em curso, os atos de 8 de março, bem como os atos do dia 15, podem catalisar todo esse descontentamento e trazer para primeiro plano junto com o enfrentamento às Reformas o “Fora Temer” e também a Prisão dos corruptos e corruptores!

É possível se apoiar nas lutas em curso e nesse sentimento de indignação e construir pela base com peso o 8 de março e do 15 março. Vamos ganhar as ruas em todo o país e exigir o Fora Temer. Fora Todos eles! Prisão de Todos os corruptos e corruptores! Greve Geral, já! Abaixo as reformas! Não pagamento da dívida aos banqueiros! Por um plano alternativo dos trabalhadores.

Vamos exigir a fundo a Greve Geral como defendida pela CSP-Conlutas, denunciar as negociações das reformas e da operação abafa Lava Jato e defender um novo dia unificado de luta contra o governo.