No ato, as ativistas do MML e os militantes do PSTU homenagearam Sandra, vítima da violência machista

Organizações feministas realizaram nesta sexta-feira, 06/03, um grande ato em defesa das mulheres.

Organizações feministas realizaram nesta sexta-feira, 06/03, um grande ato em defesa das mulheres. A concentração foi no Parque Treze de Maio. Por volta das 16h, mulheres e homens ocuparam as ruas para sair em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista até a Praça do Derby, centro de Recife. No percurso, buzinas de carros e motos acompanharam os gritos das mulheres em apoio à manifestação.
 
A militância do PSTU esteve presente exigindo o direcionamento de 1% do PIB para o combate à violência contra a mulher. “É inadmissível termos destinado para a política de combate à violência apenas R$ 0,26 por mulher ao ano, num país onde a cada 2h uma mulher é assassinada e a cada dois minutos cinco são espancadas”, afirma Raphaela Carvalho, da Secretaria de Mulheres do PSTU de Pernambuco.
 
O partido também exigiu do governo Dilma Roussef (PT) a revogação das Medidas Provisórias (MP’s) 664 e 665. As mudanças começaram a valer esta semana e afetam direitos históricos da classe trabalhadora, alterando regras do Seguro-Desemprego, Abono Salarial, Seguro-Defeso, Pensão por Morte, Auxílio-Doença e Auxílio-Reclusão. Neste contexto, quem mais sofrerá são as mulheres trabalhadoras.
 
Nas palavras de ordem gritadas durante o percurso da passeata, as mulheres denunciaram essas medidas. “Ô ô ô Dilma como é que é… cortar seguro prejudica a mulher” e ” Ô ô ô Dilma que papelão, cortou seguro e também minha pensão”, são exemplos.
 
Entre outras coisas, a partir de agora, as mulheres só terão direito a pensão – pela morte de seu companheiro – se tiver com mais de dois anos de casamento ou união estável. Também só poderão receber 50% do benefício e, a depender de sua idade, podem recebê-lo somente por três anos. Outra mudança que afetará, principalmente as mulheres, tem a ver com os direitos ao auxílio-doença. Agora as perícias serão feitas pelos peritos dos patrões e não mais do INSS.
 
“Apesar de Dilma ser mulher, ela está mostrando que governa para os ricos e não para as mulheres trabalhadoras. Por isso, nós, trabalhadoras, temos que nos organizar e lutar. Nem a direita reacionária e nem o governo Dilma nos representam. Precisamos nos unir aos homens trabalhadores para derrotar essas medidas que retiram direitos, mas também para combater toda forma de opressão e exploração”, explica Raphaela.
 
SANDRA, PRESENTE
No dia 11 de março, acontece a primeira audiência do caso de Sandra Fernandes, militante do PSTU brutalmente assassinada junto com seu filho pelo namorado, em 17 de fevereiro de 2014. O PSTU convida todos os movimentos feministas e organizações da classe trabalhadora para se fazer presente. O protesto será realizado a partir das 14h, no Fórum de Olinda, para mostrar a todos e todas que não esqueceremos e não nos calaremos, afinal: Na luta contra o machismo, Somos Todas Sandras.