Código da Mineração foi produzido por advogados das mineradoras

A proposta de Código da Mineração, defendida pelo Governo Dilma e por uma série de deputados, muitos deles que tiveram suas campanhas financiadas pela indústria extrativista de ferro, foi criado e alterado em computadores do escritório de advocacia Pinheiro Neto, que tem como clientes mineradoras como Vale e BHP. 
 
Sim, você leu isso mesmo. A promiscuidade entre os políticos e estas multinacionais que destruíram uma região inteira com sua lama tóxica, soterrando vidas e destruindo o meio ambiente, chegou a este nível de escárnio. 
 
Dados criptografados do arquivo revelam que o conteúdo foi criado em um laptop do escritório Pinheiro Neto e modificado em pelo menos cem trechos por um de seus sócios, o advogado Carlos Vilhena. E eles não negaram. O escritório alegou que o advogado estava fora do horário de trabalho. O advogado, por sua vez, diz que fez trabalho voluntário. Vilhena se definiu como “militante na área mineral há mais de 25 anos” e disse que “não recebeu honorários por este trabalho”. 
 
O projeto que corre em regime de urgência, e que poderá ser votando ainda no início de dezembro, prevê leilões do subsolo brasileiro, não impõe limites para o tamanho de exploração das áreas, estabelece o prazo de 40 anos para extração, renovável por mais 20 anos e, submete a demarcação de unidades de conservação ambientais, territórios indígenas e quilombolas à aprovação prévia da Agência de Mineração que também será responsável pelos leilões do subsolo. 
 
Entendeu a coincidência? Quem ganha são os clientes, ou em outras palavras, as multinacionais.  
 
 
 
 
 

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