Grupo Socialista Obrero (México)

Precisamos derrubar esse funcionário de Trump e dos capitalistas locais e estrangeiros para resistir aos ataques do governo mexicano, ao muro e frear o saque imperialista

Dentro dos Estados Unidos, uma onda popular massiva e crescente enfrenta Trump. No México, desde o início de janeiro, também milhares de trabalhadores e a juventude enfrentam o governo Peña Neto em todo o país. Por que não se uniram as múltiplas e dispersas lutas em uma grande mobilização unitária para construir uma paralisação?  A União Nacional dos Trabalhadores (UNT), a Nova Central dos Trabalhadores (NCT) e a Coordenação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e todos os sindicatos que não apoiam o “Pacto por México” (Acordo para contrarreformas e privatizações assinado pelos três principais partidos mexicanos: PRI, PAN e PRD) são os únicos que podem e devem coordenar ações para construir uma unidade para lutar contra o “Gasolinazo” (grande aumento de preços do combustível).

É necessário mobilizar o país e paralisar os postos de trabalho. Devemos exigir também à Morena (Movimento de Regeneração Nacional liderado por López Obrador), Solalinde (padre dos movimentos pelos imigrantes e articulador das atuais assembleias de mobilização), EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional), ao CNI (Conselho Nacional Indígena) e a todas as organizações camponesas, indígenas e populares que construam de forma militante as mobilizações e uma grande jornada de lutas, com paralisação nacional no dia 26 de fevereiro. Não ao Gasolinazo! Fora Peña!

Slim, o mexicano dono da maior fortuna do país e a 4ª do mundo, busca a “unidade” com o povo mexicano
Diante da crise política no país, o grande empresário e explorador dos trabalhadores mexicanos, Carlos Slim, chamou a “Unidade Nacional dos Mexicanos”. Como ação, propõe usar a bandeira mexicana como perfil nas redes sociais e fomenta a utilização das “empresas mexicanas” contra as gringas e estrangeiras. Slim, meses atrás, também tinha proposto uma jornada exaustiva concentrada em três dias e aposentadoria aos 75 anos para os trabalhadores do país.  Não queremos unidade com os patrões mexicanos. Ao contrário. O que necessitamos para o México é a unidade entre trabalhadores, camponeses, indígenas e o povo trabalhador de ambos lados da fronteira, para enfrentar os capitalistas estrangeiros e locais além dos seus governos.

Como defender a soberania mexicana?
O decreto de Trump para iniciar a construção do muro teve reações diversas. Enquanto o estado sionista de Israel comemorou através do seu primeiro ministro Benjamin Netanyahu, no México empresários e a covarde casta política do país entraram em pânico. Trump cancelou a visita do presidente vizinho por medo que o avanço da indignação popular torne inevitável a queda do presidente Peña, seu representante no México que nesse momento prepara um novo “Gazolinazo”. Enquanto 88% da população repudia o presidente, ele mente dizendo que não pagaremos o muro. Mas já estamos pagando esse muro há anos com a dívida externa e agora com o “Gasolinazo”!

  • Para combater o muro do apartheid de Trump e as deportações de mexicanos, o país necessita expressar sua soberania.
  • Controle estatal dos bancos e do comércio exterior. Fora Citibank do Banamex!
  • Não ao pagamento da dívida externa!
  • Confisco de todas as empresas estrangeiras e em particular as maquilas que saqueiam o país e pagam salários de miséria!
  • Fim dos Gasolinazos! Reestatização da PEMEX e expropriação das jazidas privatizadas.
  • Aumento salarial de emergência e ajuste segundo a inflação!
  • Fim dos TLCs que recolonizam o México!

Só os trabalhadores podem defender o México
Os milhões de imigrantes ameaçados por Trump nos Estados Unidos e os milhões que sofrem as consequências do Gasolinazo, os pais dos 43 de Ayotzinapa e milhões de desaparecidos, normalistas, estudantes, os trabalhadores das maquilas e as comunidades camponesas e indígenas merecem e podem ter uma alternativa. As assembleias populares, estudantis e de trabalhadores estão sendo construídas.

Dentre todos os exemplos que temos de “Chiapas a Sonora”, Yucatán a la Baja California” – todas as pontas do país – nos apoiamos no exemplo de Ixmiquilpan, Estado de Hidalgo, que estão enfrentando as transnacionais e a polícia federal e estatal. Um verdadeiro caminho para um governo dos trabalhadores em luta que represente todos os setores explorados e oprimidos da sociedade.

Organizemos a presença nos atos e ações próximas até que derrubemos Peña! Organizemos em cada lugar de trabalho e estudo assembleias que preparem ações da luta, designem representantes que levem seus mandatos à segunda Assembleia Nacional de resistência no dia 18 de fevereiro em Ixmiquilpan para construir uma grande assembleia operária, camponesa, indígena e estudantil.