Fábrica de alumínio Novelis ameaça fechar e demitir 600 trabalhadores para se dedicar à especulação de energia elétrica

O Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Preto e os trabalhadores da fábrica de alumínio Novelis ocuparam a Câmara Municipal da cidade na tarde dessa quinta, 5. Eles protestam contra o fechamento da fábrica anunciada para o dia 15 de dezembro.  O sindicato decidiu ocupar a Câmara após a audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa de Minas.

A pauta de reivindicações divulgada pelo sindicato inclui, além de impedir as demissões e o fechamento da empresa, uma reunião com o prefeito de Ouro Preto que até agora vem se recusando a receber os trabalhadores, e o agendamento de uma reunião com a equipe de transição do governo estadual. Os trabalhadores reivindicam ainda serem recebidos por Dilma Roussef.

Na quarta 4, os metalúrgicos da fábrica de alumínio fecharam a BR 356 no trevo de Ouro Preto em protesto contra o fechamento da fábrica. O protesto contou com o apoio do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), vários sindicatos de metalúrgicos do estado, como das cidades de São João Del Rei, Pirapora, Barão de Cocais, além da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais e da CSP-Conlutas.

Demitir pra especular
A Novelis é uma das maiores produtoras de alumínio do mundo. O fechamento da unidade vai acarretar a demissão de 600 trabalhadores diretos e terceirizados. A política da empresa é fechar esta unidade para vender energia elétrica no mercado livre, pois, possui 8 usinas próprias e participação em outra usina.

De olho em lucros ainda maiores e no preço superfaturado da energia elétrica, a empresa quer parar de produzir alumínio na unidade de Ouro Preto pra apenas vender energia. Outras empresas, como de Ferro Ligas, seguem o mesmo caminho e quem paga o pato são os trabalhadores.

No estado, pelo menos 8.000 postos de trabalhos diretos estão ameaçados. É bom que se diga que estas empresas produtoras de alumínio e de ferro ligas foram beneficiadas por uma redução de 40% no preço da energia há dois anos. Uma medida do governo Dilma para, supostamente, tornar mais competitivas as empresas destes setores. Agora, vão demitir trabalhadores para aumentar os seus já exorbitantes lucros.

Os trabalhadores e a população não podem ficar reféns desta política de especulação da no setor de energia. É preciso estatizar a Novelis para manter os postos de trabalho e também para que a população não tenha o preço da sua energia oscilado pela especulação.