Metalúrgicos fecham ponte do Socorro, na Zona Sul de São Paulo Foto Romerito Pontes

Dia nacional de paralisação tem adesão de metalúrgicos de todo o país e mostra que é possível uma Greve Geral

Operários metalúrgicos de várias partes do país, além de outras categorias, paralisaram suas atividades e realizaram uma série de protestos neste dia 29 de setembro, dia nacional de lutas contra as reformas e os ataques aos direitos. A data foi definida durante reunião com representantes metalúrgicos de todo o país no início do mês em São Paulo.

Foi um forte dia de luta, especialmente em São Paulo, São José dos Campos (SP) e no Paraná. Também houve fortes paralisações no estado de Minas Gerais, em Gravataí (RS) e nas montadoras de Goiás e Resende (RJ). Houve greve e manifestações em quase todas as grandes concentrações operárias do país, totalizando algo como 600 mil operários que cruzaram os braços neste dia.


Operários da Construção Civil em Fortaleza (CE)

Também houve a participação de bancários, categoria há mais de 20 dias em greve, além de operários da Construção Civil, principalmente em Fortaleza e Belém, além de petroleiros, que paralisaram em lugares como Sergipe e Alagoas, e atrasaram a entrada em outras regiões, como no Rio. Servidores públicos de todos os níveis também ajudaram a engrossar esse dia de luta.

Esse foi um primeiro passo, temos que avançar e estender esse movimento ao conjunto da classe trabalhadora, rumo a uma Greve Geral, para impedir esses ataques que estão preparando contra os nossos direitos“, afirmou Zé Maria.

Na terça-feira próxima, o presidente Michel Temer convocou uma reunião com as direções das principais centrais sindicais para tratar sobre as reformas. “É preciso dizer a Temer: basta! Não vamos e não aceitamos negociar nossos direitos“, reafirmou Zé Maria.

Veja como foi o Dia Nacional de Luta e Paralisações em Defesa dos Direitos

São Paulo
Na capital paulista houve manifestações em todas as regiões, com destaque na Zona Sul, onde os 1300 metalúrgicos da MWM cruzaram os braços e, junto aos operários de outras fábricas da região, além de bancários e de moradores do Jardim União, marcharam até a Ponte do Socorro contra as reformas e a retirada de direitos.

Na Zona Oeste, metalúrgicos de 20 fábricas cruzaram os braços e realizaram um ato com mais de mil operários, que pararam as duas faixas da Estrada Turística do Jaraguá, e trancaram a Anhanguera.

Na Zona Leste, os metalúrgicos paralisaram a Lorenzetti e outras fábricas e seguiram em passeata (foto ao lado).

Veja repercussão na imprensa aqui.

Osasco
Cerca de 150 operários das fábricas da região e moradores da Ocupação Esperança se unificaram numa manifestação contra a retirada de direitos.


Metalúrgicos e moradores da Ocupação Esperança em Osasco

São José dos Campos (SP)
Na região do Vale do Paraíba os metalúrgicos da GM paralisaram por 24 horas, deixando de produzir 300 veículos. Também houve paralisação na Embraer, na Parker Hannifin, com a adesão de outras categorias, como químicos da Monsanto e da construção civil da Revap, da Petrobrás. Cerca de 800 trabalhadores e outros 1,5 mil terceirizados atrasaram a entrada no primeiro turno de trabalho da Revap.


Paralisação de 24 horas na GM: 300 veículos a menos


Paralisação e ato na Embraer

Ao todo, cerca de 17 mil trabalhadores participaram dessa mobilização na região.

Ainda pela manhã, houve um protesto no centro de São José dos campos que reuniu diversas categorias como petroleiros, químicos, professores, trabalhadores dos Correios e aposentados.

Veja repercussão na imprensa aqui.

Metalúrgicos de Campinas, Limeira e da Baixada Santista também cruzaram os braços e se mobilizaram.


Paralisação em Campinas (SP)

Paraná
O estado contou com um forte dia de paralisação, principalmente entre as fábricas de Curitiba, Grande Curitiba e São José dos Pinhais. Pararam a Renault, Volkswagen, Volvo, Audi e Bosch, entre outras.


Paralisação na Renault de Curitiba

Ceará
Os trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza fizeram paralisação e realizaram uma grande passeata pelas ruas da capital cearense.

Pará
Em Belém os operários da Construção Civil paralisaram suas atividades e percorreram em passeata as ruas da capital paraense.


Operários marcham pelas ruas de Belém

Minas Gerais
Em Betim, os trabalhadores cruzaram os braços logo pela madrugada e trancaram a BR 381. Houve paralisação de metalúrgicos em Pirapora, Itajubá e São João Del Rey.


Paralisação de metalúrgicos em São João Del Rey


Dia de paralisação em Pirapora

Rio de Janeiro
Metalúrgicos das montadoras de Rezende cruzaram os braços e realizaram manifestação.


Operários cruzam os braços em Resende logo pela madrugada

Em Volta Redonda, os trabalhadores bloqueram a entrada principal da CSN e paralisaram suas atividades.

Os petroleiros também aderiram ao dia 29, realizando um ato em frente ao prédio do Edise e atrasando os vôos no Farol de São Tomé, no Norte Fluminense.

Petroleiros de outras regiões também participaram, cruzando os braços em Sergipe e Alagoas e atrasando a entrada na Refinaria de Presidente Bernardes, em Cubatão

Rio Grande do Sul
Houve paralisação e manifestação em diversas fábricas da Grande Porto Alegre e interior.


Paralisação em Gravataí

Houve ainda a adesão dos metroviários de Porto Alegre, que liberaram as catracas no início da manhã.

Também aconteceu um ato organizado pela oposição do CPERS (entidade dos profissionais da educação de Porto Alegre).

Goiás
Em Catalão (GO), metalúrgicos das duas montadoras da cidade, Hyundai e Mitsubishi, cruzaram os braços e fizeram manifestação.


Ato de metalúrgicos em Catalão

Piauí
Em Teresina houve um protesto no Instituto Federal do Piauí (IFPI), com uma passeata que caminhou até o prédio do Ministério do Trabalho. O ato contou com a adesão de estudantes do Liceu Piauiense e de servidores públicos. A manifestação reuniu cerca de 800 pessoas e se encerrou em frente ao prédio do INSS.


Ato em Teresina

*Com informações da CSP-Conlutas edo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos