Dona Olinda, no curso de formação no jardim União

Essa foi a conclusão de uma das participantes do curso de formação Jornadas de Outubro realizado numa manhã de domingo, na Ocupação Jardim União, Zona Sul de São Paulo.

Cerca 15 pessoas participaram do estudo e das discussões. Eram trabalhadores, desempregados e donas de casa que estavam lá para estudar. O objetivo era explicar o que era exploração no sistema capitalista e por que o PSTU luta por uma sociedade socialista.

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Pra mim, foi muito bom. A nossa maior parte do salário vai para os patrões, e a gente só fica com aquele restinho que a gente tem que sobreviver. A gente tem que passar grande necessidade, e vê às vezes até amigos morrendo e não pode ajudar”, explica Dona Olinda, moradora  da ocupação.

A exibição do documentário Ilha das Flores provocou forte impacto. O filme mostra um terreno onde parte do lixo de Porto Alegre (RS) era depositado. Esse lixo era disputado entre seres humanos (pobres, é claro) e porcos.

Estes filmes trazem a nossa tristeza. Tem muita gente que passa fome ou vive de lixo de reciclagem pra sobreviver. Enquanto isso, eles (os governantes) estão lá sentados assistindo de camarote”, fala Dona Olinda.

O racismo e o machismo também foram amplamente debatidos pelos participantes. “O preconceito existe e muito, e todos os dias eu passo por ele. Muita gente diz que o racismo acabou, mas isso só fica na teoria”, explica Bombom, jovem negra, que trabalha numa loja de roupas.

Também houve apresentação do Opinião Socialista aos participantes. “Aqui tem tudo o que não passa na grande mídia, por exemplo os nossos protestos que nunca passam na Rede Globo”, disse Sandra, liderança da ocupação. “É muito importante esse jornal pra mim, ele me ajuda a compreender o que é o socialismo”, já emendou Dona Olinda.

Ao final, foi feito um convite para que os participantes fizessem uma experiência dentro do partido, reunindo-se semanalmente ali mesmo na ocupação. “É muito importante que a gente se organize, forme esses grupos, se reúna uma vez por semana pra gente estudar, avançar e construir outra sociedade e distribuir toda a riqueza que nós produzimos”, concluiu Júlia Eid, que conduziu o curso.