Operários cegam ao segundo dia de greve apesar de repressão policial e intransigência da patronal
PSTU Belém

Primeiro dia de paralisação foi marcado por repressão policial

 
Depois de dois dias de paralisação e várias tentativas de negociação com o sindicato patronal para pressionar um avanço na proposta de reajuste salarial, os operários e operárias da construção civil de Belém, Ananindeua e Marituba (PA) iniciaram greve na manhã desta segunda-feira, 8. Os trabalhadores aceitaram a proposta da patronal de R$ 40 na cesta básica, mas rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 7%. Após assembleia em frente ao sindicato da categoria, os trabalhadores resolveram manter a greve e prepararam um ato para esta terça.
 
A greve começou com  vários canteiros de obra estão parados nas três principais cidades da Região Metropolitana. Desde às 5h30 da manhã, diretores do sindicato e militantes do PSTU aguardaram a chegada dos trabalhadores. O piquete saiu ao encontro de novos piquetes com mais operários. Os trabalhadores foram seguidos de perto por carros da Polícia Militar, pela ROTAM e pela cavalaria. Durante o piquete na obra da empresa Freire Melo Engenharia, a polícia tentou reprimir os grevistas de forma violenta. Houve intimidação, agressão, uso de spray de pimenta e disparos de bala de borracha contra os operários.
 
Um operário ficou ferido pela tropa comandada pelo cabo Coutinho. “Nós estávamos em frente à obra, tentando ver se havia trabalhadores dentro quando fomos surpreendidos com disparos”, contava o operário Damião.
 
“Esse é o papel que a polícia do governador Simão Jatene (PSDB) cumpre: reprimir manifestações e mobilizações pacíficas de pais e mães de família. Nós não vamos aceitar esse tipo de ação”, denunciou o operário, vereador de Belém e candidato a deputado federal, Cleber Rabelo.
 
Apesar da repressão, os trabalhadores não se intimidam com a violência. Em assembleia, decidiram continuar a luta pelo aumento salarial. A categoria reivindica 10% de reajuste e faz um forte nesta terça-feira. “A categoria está unida e convencida de que esta é uma luta justa. Agora, vamos mostrar nossa força aos patrões e dialogar com a população sobre a justeza dessa causa”, disse Cleber.
 
No segundo dia, os piquetes começaram a chegar ao sindicato dos trabalhadores. A patronal continua intransigente e avisou que não vai negocia com os trabalhadores em greve e que não pretende negociar os dias parados. “Se os patrões apostam na fome das nossas famílias, nós apostamos na nossa força”, disse Cleber.