Geddel Vieira, sexto ministro a cair
Redação

Um dos principais nomes do governo é o sexto ministro de Temer a cair

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, um dos principais ministros e articuladores do governo Temer, entregou as contas na manhã desta sexta, dia 25. Foi a única opção de Geddel e do governo após as denúncias divulgadas pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que colocaram o Planalto no centro de uma nova crise política.

O clima esquentou em Brasília quando Calero pediu demissão acusando Geddel de pressioná-lo a intervir no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) para liberar a licença da construção de um prédio de 30 andares numa região tombada de Salvador. Geddel é dono de um apartamento desse prédio, no valor estimado de R$ 2,6 milhões, além de ser ligado às empreiteiras envolvidas no projeto (leia mais aqui).

Se as denúncias do ex-ministro da Cultura já eram graves, o governo Temer tremeu nas bases quando Calero entregou à Polícia Federal gravações de conversas com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o próprio Temer, que comprovariam a tentativa de liberar a construção irregular na capital baiana, um caso típico de tráfico de influência.

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O caso, além de mostrar a corrupção generalizada no governo, praticada de forma naturalizada, escancara ainda o cinismo dos partidos, como o PSDB, que não hesitou em hipotecar seu apoio a Temer. O senador Aécio Neves (PSDB) afirmou que “na minha avaliação, do PSDB, nem de longe esse episódio atinge o sr. presidente Michel Temer“. Não só isso, como disse que o “grave” nessa história era a gravação da conversa com Temer.

O ex-presidente FHC também deu seu apoio a Temer, de forma mais sincera. “Diante da circunstância brasileira, depois do impeachment, o que temos que fazer é atravessar o rio. Isso é uma ponte. Pode ser uma ponte frágil, uma pinguela? Tudo bem. Mas é o que tem. Se você não tiver uma ponte, você cai no rio“, disse à imprensa.

Longe de estancar a crise política, a queda de Geddel deve colocar ainda mais lenha na fogueira. Reacende a crise política com toda a força e a coloca na sala de Temer, um governo mais fraco com seis ministros já defenestrados. Ocorre somente um dia após a malfadada tentativa da Câmara de aprovar uma anistia aos políticos corruptos (com o apoio de metade da bancada do PT diga-se de passagem), numa manobra que provocou rechaço generalizado e que só vem desgastando ainda mais a imagem do Congresso e deste governo corrupto.

Fora Temer! Fora esse Congresso! Fora todos eles!
O governo Temer e esse Congresso Nacional, além de governarem para os banqueiros, grandes empresas e empreiteiras, querem agora arrebentar de vez com a sua aposentadoria, direitos trabalhistas, além da Saúde e Educação, com as reformas da Previdência e trabalhista e a PEC do teto. E ainda roubam na cara dura!

É hora de construir uma Greve Geral que pare esse país contra esse governo, o Congresso e seus ataques. Nesta sexta, 25, os trabalhadores de todo o país dão mais uma mostra de disposição de luta. As direções do movimento, em especial as direções das centrais, precisam assumir essa tarefa.

Um governo dos trabalhadores
Essa crise reafirma a necessidade de tirar todos eles de lá. É preciso botar para fora esse governo e esse Congresso Nacional corruptos. Os trabalhadores é quem deve governar, através de conselhos populares, ou seja, por meio da própria organização construída na luta nas fábricas, locais de trabalho, periferia, etc.