Trabalhadores da limpeza pública de Natal estão em luta contra o aumento na jornada de trabalho, de 36 para 44 horas, e enfrentam também uma ameaça de demissão após greve realizada entre os dias 10 e 13 de julho. Os garis estão recebendo o apoio político do mandato da vereadora Amanda Gurgel e do PSTU desde o início da luta

No início de julho, a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) publicou uma portaria que altera a carga horária dos garis que fazem a coleta de lixo na Zona Norte da cidade. Antes, eles trabalhavam em regime de 36 horas semanais e agora precisam cumprir uma jornada de 44 horas. Desde a publicação da decisão da empresa, os trabalhadores estão mobilizados e realizaram uma greve entre os dias 10 e 13 de julho. Além do retorno da jornada de 36 horas, os garis também reivindicam melhorias nas condições de trabalho, equipamentos de proteção, botas, luvas, banheiro químico e o fim do assédio moral.

O sindicato da categoria (Sindlimp/RN), que é filiado à CUT, se recusou a convocar uma assembleia para discutir a portaria da Urbana e não tomou nenhuma iniciativa contra a medida de 44 horas da empresa. Entretanto, mesmo sem o apoio da entidade, os trabalhadores se mobilizaram e paralisaram a coleta de lixo na Zona Norte de Natal. No dia 13 de julho, o comando de greve foi recebido pela direção da Urbana, que propôs abonar as faltas e realizar um estudo sobre a viabilidade do regime de 44h semanais. A Prefeitura de Natal ainda não se pronunciou sobre o caso.

No último dia 4, porém, a empresa anunciou que vai manter a decisão de aumentar a jornada de trabalho. No mesmo dia, os garis realizaram uma caminhada em protesto até a Prefeitura. Eles foram recebidos pelo chefe de gabinete do prefeito Carlos Eduardo (PDT), Jonny Costa. Uma negociação foi marcada para o dia 10 de agosto.

Ameaça de demissão
Não bastasse aumentar a jornada de trabalho dos garis, a Urbana ainda decidiu perseguir os trabalhadores que participaram da greve. Na quarta-feira (05), dez funcionários receberam uma correspondência informando que deveriam comparecer à direção da empresa. Os dez notificados estiveram à frente da paralisação e seis estavam no comando de greve. Na reunião, eles foram informados sobre a abertura de um processo administrativo de demissão por justa causa, alegando insubordinação, indisciplina e improbidade. Para o PSTU, a medida é um ataque ao direito de greve dos trabalhadores e uma tentativa de intimidação para impor o aumento da jornada.

O mandato da vereadora Amanda Gurgel e o PSTU manifestam total apoio à luta dos garis de Natal e vão fortalecer a mobilização para impedir as demissões e o aumento da carga horária. Na próxima terça-feira, dia 11, a vereadora Amanda irá realizar uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal para discutir a luta dos garis contra o aumento da jornada e as ameaças de demissão. “É um absurdo o que está acontecendo. A Urbana não pode atacar os trabalhadores, e o prefeito Carlos Eduardo não pode fingir que não está vendo nada. A greve é um direito. Nós apoiamos a luta dos garis e vamos realizar essa audiência para ajudar na mobilização contra essas injustiças”, destacou a vereadora Amanda.