Joesley Batista dá depoimento à Polífica Federal
Redação

A delação dos donos da JBS, Wesley e Joesley Batista, acompanhada de uma série de gravações revelando uma série de crimes de Temer, Aécio, Lula, Dilma, num total de 1829 políticos, colocou o atual governo na berlinda e provocou um verdadeiro terremoto político.

A maior empresa de carnes do mundo sempre foi, assim como a Odebrecht, uma das maiores financiadoras eleitorais. Todo mundo sabia que o que estava por trás do crescimento vertiginoso da empresa nos últimos anos foi bem mais que a tal política “desenvolvimentista” do PT, de bombar empresas nacionais a fim de disputarem o mercado internacional. O que estava por trás era o velho toma-lá-cá. A JBS recebia de um lado e pagava de outro, por baixo dos panos.

O frigorífico era, em 2006, último ano do primeiro mandato de Lula, uma empresa de R$ 4,3 bilhões em receitas. Depois dos repasses bilionários do BNDES nos governos do PT, a JBS se transformou na gigante internacional que é hoje, faturando, em 2015, R$ 170 bilhões.

Os irmãos Batista se viram enrolados na Lava Jato quando o ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, ligado a Eduardo Cunha e homem de confiança de Joesley no Congresso, foi preso na Operação Catilinárias (que investigava o ex-presidente da Câmara) e resolveu delatar. Chegaram aos Batista através da Eldorado Celulose, uma das muitas companhias que o grupo adquiriu nos últimos anos.

E agora a JBS se safa?
O acordo de delação da JBS prevê que os donos da empresa não sejam presos ou que sequer usem tornozeleira eletrônica. Os Batistas e outros cinco executivos da empresa apenas terão que pagar R$ 225 milhões em multas. O Ministério Público, por sua vez, cobra uma multa da empresa no valor de R$ 11,2 bilhões, mas o grupo quer pagar só R$ 1 bilhão. Os dois valores são irrisórios perto do faturamento do grupo.

Como se tudo isso não bastasse, a JBS lucrou muito com o próprio escândalo que participou. Sabendo que a revelação das gravações e denúncias abalariam não só Brasília, como o mercado financeiro, o grupo comprou dólares esperando uma alta no câmbio, como de fato aconteceu. Divulgado o escândalo, o dólar teve uma alta de 8%, maior alta desde a crise de 1999. Com isso, a empresa certamente teve um lucro milionário muito maior do que a própria multa que se dispõe a pagar.

Enquanto isso, Joesley assistia a tudo pela televisão, em Nova Iorque.

Prisão, confisco dos bens e estatização
Não é possível que depois de tudo o que foi, e vem sendo revelado, os donos e executivos da JBS permaneçam impunes e gozando do que roubou em Nova Iorque. Não é possível que a empresa assine um “acordo de leniência” nos moldes que a Odebrecht vem fazendo, para continuar funcionando como se nada tivesse acontecido.

Os políticos pegos devem ser presos e ter seus bens confiscados, mas os corruptores também devem pagar. Joesley e Wesley Batista deveriam ser presos já, e terem seus bens, fruto de anos de roubo, confiscados. A JBS, assim como a Odebrecht, inflada com dinheiro público, deveria ser estatizada, e colocada sob o controle de seus trabalhadores.