Workers’ Voice

Trabalhadores e moradores mostraram nesse dia 27 de agosto a sua força contra os neonazistas e os grupos de ultradireita que chamaram uma marcha “Não ao marxismo”. Na realidade, os racistas estavam apavorados e derrotados e apenas alguns poucos apareceram. Não passarão… e não passaram!

Nossa manifestação “Berkeley Contra o Ódio” (Berkeley Against Hate), com a participação de mais de 10 sindicatos, a grande maioria dos grupos socialistas e muitas organizações comunitárias e religiosas, reuniu 3.000 pessoas no cruzamento entre Oxford e Addison, com os mais diversos oradores. Depois, nós marchamos para o centro da cidade para mostrar nosso poder e determinação para combater o racismo, a supremacia branca e o fascismo e nos juntamos ao contingente do SURJ e uma marcha de 500 pessoas da comunidade religiosa com um forte contingente afro-americano juntou-se a nós. O dia de luta terminou com a derrota total das forças de direita na Praça MLK, no centro de Berkeley.

Nós, os socialistas que organizaram a passeata (ISO, Workers’ Voice e DSA), falamos no ato Berkeley Rally Against Hate, e outros grupos participaram, como o Left Party (Partido de Esquerda), Socialist Action (Ação Socialista), Revolutionary Workers Group (Grupo Revolucionário dos Trabalhadores) e Socialist Alternative (Alternativa Socialista). Construímos uma frente única principista e fomos vitoriosos em mostrar uma direção unida, independente e democrática. Mostramos que são os trabalhadores que dirigem esta cidade, recordamos às pessoas os séculos de opressão colonial que o governo dos EUA apoiou e ainda apoia. Em suma, deixamos claro que não tememos os inimigos da nossa classe em todos os tamanhos e formas.

Hoje, no entanto, a administração da Universidade da Califórnia, o reitor Chris e a UCPD mostraram suas verdadeiras cores: eles, que estão tão preocupados com a liberdade de expressão de Steve Bannon ou Milo Yiannopoulos, enviaram constantes mensagens assustadoras e infundadas a todos os estudantes e trabalhadores dizendo-lhes para “ficarem longe” de nosso ato pacífico. Além disso, na noite anterior, cercaram com barreiras de concreto todo o gramado onde nós iríamos protestar, e estabeleceram uma entrada com um “checkpoint de segurança”, proibindo faixas, pirulitos, mochilas, alimentos e água, entre muitas outras coisas. Eles queriam restringir fortemente o caráter democrático e político de nossa manifestação, e criaram um enorme risco para a segurança se tivéssemos feito a manifestação na sua pequena gaiola, pois as pessoas não podiam se mover livremente.

Recusamo-nos a protestar rodeados e vigiados por policiais, porque nos recusamos a defender nossos direitos democráticos sob a liderança policial de uma universidade que iguala a “liberdade de expressão” com “Steve Bannon” e o fascismo. É por isso que nos reunimos pacificamente na rua ao lado do gramado cercado e garantimos nossa manifestação com nossa própria equipe de segurança, para garantir a paz do nosso povo, expulsar provocadores e permitir que as pessoas se expressassem politicamente e artisticamente como desejavam. E fomos vitoriosos.

Hoje também a cidade de Berkeley e seu prefeito Arreguin mostraram suas verdadeiras cores: sua política oportunista de dois lados e sua capitulação para a ultradireita em última instância. Por um lado, o prefeito atacou nossa manifestação: ele avisou a todos na cidade para que “ficassem em casa” e não fossem à nossa contramobilização, enviou policiais para nos ameaçar de manhã e tentou proibir nossa manifestação na rua. Sua polícia atacou nossa marcha para prender dois dos nossos organizadores da equipe de segurança que formavam uma corrente humana para separar dois fascistas provocadores da multidão (isto é, acusando nosso partido, um deles é nossa camarada) e deixou os fascistas irem embora sorrindo. O prefeito e a polícia também restringiram a nossa liberdade de expressão.

Por outro lado, o prefeito, que de forma oportunista mudou sua posição na terça-feira e deu um fraco apoio à nossa passeata quando pressionado pelos sindicatos, teve a coragem de ir acompanhado pela polícia ao nosso caminhão para exigir falar em nossa manifestação!!! Ele queria subir no mesmo caminhão que seus próprios policiais ameaçaram retirar das ruas pela força horas antes! É claro que nós, os socialistas, dissemos “não!”. E, apesar de não acreditar no que estava acontecendo, ele teve que ir embora.

Hoje, milhares de pessoas mostraram em Berkeley que não temos medo da “alt-right”, que os marxistas têm uma forte história e determinação na organização antifascista e que estamos prontos para as próximas provocações que vierem. Esperamos que na próxima vez nossas fileiras socialistas sejam ainda mais fortes!

Tradução: Marcos Margarido