Fotos Romerito Pontes
Redação

Editorial do Opinião Socialista nº 542

Temer e esse Congresso corrupto, do alto de sua mais completa impopularidade,  prometem seguir lançando decretos, Medidas Provisórias e votando medidas que atacam nossos direitos e a soberania do país.

É o que tentaram e continuam querendo fazer com o decreto que extingue a Reserva Nacional de Cobre e seus associadas – criada em 1984, (Renca), liberando um território maior do que a Suíça para exploração mineral na Amazônia. Ou com a ofensiva contra as terras ocupadas por indígenas e quilombolas.

Ou  com a proposta de um pacote contra os servidores públicos e de confisco de R$ 10,00 do salário mínimo. Segue ameaçando colocar em votação a reforma da Previdência, se não inteira, aos pedaços.

Tudo isso faz parte de uma guerra social contra os trabalhadores e a soberania do país.

Parte destas iniciativas, como o pacote de privatizações (a venda de 57 estatais) e a extinção da RENCA,  não deixam de ser também uma ação atabalhoada para fazer caixa a qualquer custo, na tentativa de cobrir o rombo monumental nas contas do governo e garantir mais dinheiro para os banqueiros.

Temer vai seguindo no cargo, apesar da crise, porque a burguesia, embora dividida, faz o cálculo entre custo e benefício de manter esse governo até 2018. Ela sabe da sua fragilidade e situação instável. Mas acha que trocar de presidente antes de 2018 pode significar ainda maior turbulência. E tem o apoio da maioria da oposição e dos aparatos burocráticos da classe a favor de que Temer fique até 2018.

A verdade é que há por parte de quase toda superestrutura uma antecipação da disputa eleitoral de 2018.  Enquanto as pesquisas apontam uma rejeição crescente aos políticos na população: onde praticamente todos os ‘presidenciáveis” apresentam uma taxa de rejeição superior a 50%, na superestrutura as eleições de 2018 são o centro.

As caravanas do Lula, a ofensiva do Bolsonaro na mídia, as disputas internas do PSDB, o lançamento do “Vamos”, o programa do PSOL na TV, dizendo que o Congresso pode ser cheio de bons deputados, são todas iniciativas pautadas pelas eleições do ano que vem.

Na base, depois da puxada de tapete da Greve Geral pelas cúpulas das centrais, as lutas seguem dispersas e a indignação é grande.

A necessidade de uma ação política unificada, como a Greve Geral, contra o ajuste, o governo e o regime, continua existindo.

As direções majoritárias, porém, atuam em outro sentido. As cúpulas das centrais estão envolvidas na negociação de um substitutivo do imposto sindical, e os partidos de oposição estão focados nas eleições de 2018, apresentando, além do mais, programas que não confrontam nem a ordem, nem o sistema.

Mas, expressando o descontentamento entre os debaixo, vai se armando e se unificando a resistência. A unidade de ação forjada partir dos sindicatos dos metalúrgicos de todo o paísaponta o caminho: unificar as lutas para impedir as reformas e os ataques. Esse caminho possibilita construir uma alavanca que recoloque a Greve Geral na ordem do dia.

Apostando fundo nesse caminho, organizando a luta e sabendo fazer a mais ampla unidade de ação para lutar; construindo também os instrumentos de luta, como a o 3º Congresso da CSP-Conlutas, devemos batalhar para organizar um campo de classe na luta.

É necessário debater e defender também uma saída operária e socialista para a crise. Um projeto para o país realmente diferente de tudo que tá aí.

Por emprego, direitos, aposentadoria, salario, moradia, saúde e educação;  fim da violência, do machismo, do racismo e da LGBTfobia, queremos a anulação da reforma trabalhista,  o fim das terceirizações, botar abaixo as reformas da Previdência, política e a lei das tercerizações; pela regulamentação das terras indígenas e titulação das terras quilombolas.

Para garantir isso tudo precisamos tomar medidas que enfrentem os capitalistas e o capitalismo e de um governo socialista dos trabalhadores, que governe através de conselhos populares.