Foto Sindmetal SJC

Nem Dilma, nem Temer! Eleições Gerais já!

A televisão não deu importância a dois fatos muito importantes e diferentes que ocorreram na semana que passou. Em São José dos Campos (SP), metalúrgicos da GM, da Embraer, da Hitachi e de diversas outras fábricas realizaram assembleias, paralisaram suas atividades, atrasaram a entrada e a produção e realizaram passeatas exigindo “Fora todos eles” e “Eleições gerais já!”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, filiado à CSP-Conlutas, convocou a atividade. No entanto, paralisar fábricas por demandas políticas contra a patronal e seus partidos, como o PSDB, e também contra o governo do PT e toda burocracia sindical do país é algo verdadeiramente inédito.

No dia 23 de março, outro fato inédito no movimento operário brasileiro foi a enorme vaia à diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante uma assembleia massiva na Volkswagen, quando o presidente do sindicato defendeu Dilma.

Esses dois acontecimentos demonstram que a classe operária rompeu com o governo do PT e não está disposta, de novo, a comprar a ladainha do mal menor.

A classe trabalhadora não quer que Dilma fique. Também não quer que Michel Temer (PMDB) assuma. Não quer nem um, nem outro. E está coberta de razão. São dois lados da mesma moeda.

As paralisações de São José dos Campos e as vaias dos metalúrgicos da Volks do ABC indicam que a classe trabalhadora tem todas as condições de parar o Brasil numa grande greve geral e botar para fora Dilma, Temer, Cunha, o Congresso de picaretas e impor a convocação de eleições gerais já!

Uma greve geral botaria abaixo Dilma, mas também impediria que Michel Temer assumisse. Hoje, há condições de se fazer isso, pois há disposição de luta por parte dos trabalhadores. O povo tem de poder decidir quem vai ser presidente, governador, prefeito etc. Afinal, que democracia é essa que faz o povo engolir governos que ele não quer ou que não escolheu?

Sabemos que a verdadeira democracia não é garantida nem com eleições. Democracia de verdade exigiria que o dinheiro não interferisse nas escolhas. Mas querer impor um presidente não eleito como Michel Temer… aí já é demais.

A CUT e a CTB deveriam romper com o governo, passar para o lado dos trabalhadores e se somarem à proposta da CSP-Conlutas de construir uma greve geral. A Força Sindical também devia romper com Temer e vir para a greve geral.

Também o PSOL e o MTST precisam romper de fato com o governo. De pouco adianta ir às ruas contra o ajuste fiscal, mas também cair na armadilha de um suposto golpe que, concretamente, significa o apoio ao “fica Dilma”.

A greve geral é o caminho para derrotar também o ajuste fiscal que Dilma, Temer, o Congresso, a Fiesp, os banqueiros, o PSDB e todos os capitalistas defendem. Ela também abre caminho para que a classe operária se organize em comitês de luta nas fábricas. Para que o povo pobre e a juventude negra organizem comitês populares nas periferias. Para os estudantes construírem comitês nas escolas. Para que a maioria do povo ocupe as ruas e coloque para fora todos eles e garanta emprego, saúde, educação, moradia, saneamento básico, expropriação dos bens e prisão de corruptos e corruptores.

Vamos construir novas ferramentas de luta à altura dos desafios que estão colocados para a classe trabalhadora. É preciso fazer ter vez e voz aquilo que nos representa. Essa é a importância do 1° de abril, Dia Nacional de Luta. Vamos reforçar o campo da classe trabalhadora que vem sendo construído junto à CSP-Conlutas e o Espaço de Unidade de Ação.