Dilma vai à TV defender a Copa

É sintomático que o discurso de Dilma nesse dia 10 de junho na TV tenha sido uma reafirmação da Copa. Quantas vezes um presidente brasileiro precisou fazer uma coisa assim?

O governo federal e a FIFA não têm medo de fato de que a Copa não aconteça. Para isso, já garantiram um aparato repressivo gigantesco que fazem questão de utilizar ao menor sinal de questionamento. No mesmo dia, no Rio de Janeiro, o dia começou com a prisão de cinco ativistas. Em São Paulo, Alckmin mostrou o quanto detesta a classe trabalhadora e atacou barbaramente trabalhadores e estudantes na greve do metrô. As ruas das capitais que sediarão jogos encontram-se infestadas de policiais.

Por outro lado, é verdade que muitos trabalhadores e trabalhadoras querem ver a bola rolar a partir de amanhã: o Brasil é o país do futebol. Mas é também o país com transporte público caro e de péssima qualidade, das escolas caindo aos pedaços, das mortes nas filas nos hospitais públicos, do massacre da juventude negra nas periferias, da falta de moradia.

O povo sabe disso. Mais significativo ainda é que lute contra essa situação. Por isso, em junho de 2013 apenas começamos, como mostra o sorriso confiante de cada gari que derrotou o PMDB e o PT em pleno carnaval carioca, o heroísmo dos metroviários de São Paulo contra o ódio ao povo do PSDB, a coragem dos operários do Comperj (RJ) e de Cubatão que, mesmo longe das câmeras da grande imprensa, ensinaram a todos nós a termos coragem.

Então somos otimistas, ao contrário do que diz a presidente. Mas esse é o sentimento de quem cada vez mais aprende a confiar nas próprias forças para mudar a vida. E isso não pode mais ser reconhecido pelo PT e PCdoB, que permitiram à FIFA fazer tudo o que quisesse para garantir seus negócios. Também não pode ser reconhecido de fato por seus apoiadores mais envergonhados, como a Consulta Popular/MST que, diante da polarização social, são obrigados a assumir claramente o lado do governo.

Neste dia 12 estaremos nas ruas com os metroviários em São Paulo e em cada ato pelo Brasil. Dilma e Alckmin, escutem:

#NaCopaVaiTerLuta!