É o 9° trimestre em que houve o aumento da taxa de desocupação no Brasil, revelando que a situação segue se agravando.

Governo não faz nada de concreto para garantir emprego dos trabalhadores

O aprofundamento da crise econômica e do ajuste fiscal do governo Dilma segue penalizando os trabalhadores. O aumento do desemprego é a face mais cruel desta situação. O número de desempregados no país já atingiu 8,6 milhões de pessoas, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a taxa de desemprego no país chegou a 8,6% no trimestre encerrado em julho. Nos três meses anteriores, o desemprego havia ficado em 8%. No mesmo período de 2014, a taxa era de 6,9%. Na comparação com os meses de maio a julho de 2014, o número de desempregados cresceu em 1,8 milhão, uma alta de 26,6%. É o 9° trimestre em que houve o aumento da taxa de desocupação no Brasil, revelando que a situação segue se agravando.
 
Segundo outro levantamento, com base no  Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, das quase 1 milhão de vagas cortadas em 12 meses (até agosto), a indústria de transformação (-475 mil) e a construção civil (-385 mil) foram responsáveis por 88% das perdas. Em agosto, a indústria de transformação foi a que mais contribuiu para a redução dos empregos formais no país. O setor cortou 48 mil postos somente no mês passado.
 
Desemprego, juros e inflação: a crise sobre os trabalhadores
O atual cenário, além do desemprego, traz outros fatores que explicam por que as condições de vida dos trabalhadores estão a cada dia mais difíceis. Em abril, o endividamento das famílias chegou ao maior nível em uma década. Segundo dados do Banco Central, mais de 46% da renda anual estão comprometidas com dívidas em bancos, financeiras e com o cartão de crédito.
 
As taxas de juros abusivos praticadas no país ajudam a alimentar esse endividamento dos trabalhadores. Só para se ter uma ideia, os juros do cheque especial alcançaram 241,3% ao ano. É o maior patamar desde dezembro de 1995, em quase 20 anos. Isso significa que uma pessoa que fizer uma dívida de R$ 1.000 no cheque irá dever ao banco, em 12 meses, incríveis R$ 3.413. No cartão de crédito rotativo (quando não se paga a totalidade da fatura), os juros atingiram inacreditáveis 372% ao ano.
 
Essas e outras taxas foram aumentadas pelos bancos acima da própria taxa Selic (taxa básica de juros da economia administrada pelo Banco Central) e são uma das explicações para os lucros recordes dos banqueiros mesmo em meio à crise econômica no país.
 
Já a alta da inflação e o aumento do dólar (que tem superado a marca dos R$ 4) são outros fatores que têm efeito direto, por exemplo, no preço dos alimentos, também penalizando a vida da classe trabalhadora.
 
Basta de PT, PSDB e PMDB. Abaixo o ajuste fiscal!
Como pode-se observar, o ajuste fiscal aplicado pelo governo Dilma PT-PMDB e pelo Congresso, inclusive com o apoio da oposição de direita chefiada pelo PSDB, segue impondo a conta da crise econômica unicamente sobre os trabalhadores.
 
Diante das demissões que não param de crescer no país, o governo Dilma segue totalmente omisso. Nada foi feito de concreto para garantir o emprego dos trabalhadores.
 
Ao contrário, a preocupação do governo são os lucros das empresas.  As desonerações fiscais dadas nos últimos anos são um exemplo. Somente este ano, as isenções previstas somam R$ 282 bilhões, um aumento de 52% em relação a 2014, quando totalizaram R$ 185 bilhões (corrigidos pela inflação). 
 
A redução do IPI e a desoneração sobre a folha de pagamento são dois exemplos. Os empresários lucraram sem dúvida. Quanto à geração de empregos não há resultado registrado. Ao contrário, as demissões aumentaram.
 
Este também é o sentido do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), criado pela CUT e assumido pelo governo. O programa permite a redução de salários dos trabalhadores, tempo durante o qual as empresas farão uma “economia”. Só que depois do fim do programa (que pode durar até um ano), a suposta estabilidade no emprego é de apenas quatro meses (se o acordo durar 12 meses). Depois, está liberado.
 
Portanto, aos trabalhadores só resta um caminho: aumentar a mobilização para derrotar PT, PMDB e PSDB que estão juntos estão impondo o ajuste fiscal. 
 
O PSTU se soma ao chamado da CSP-Conlutas e entidades do Espaço Unidade de Ação que estão convocando um “Outubro de Lutas”, com a unificação das lutas e campanhas salariais. Basta de Dilma(PT), Temer, Renan e Cunha (PMDB) e Aécio (PSDB). O Brasil precisa de uma Greve Geral para derrotar o ajuste fiscal e construir uma alternativa dos trabalhadores, sem patrões e sem corruptos.