Cassação é pouco, prisão e confisco dos bens desse bandido já!

No final da noite desta segunda-feira, 12, finalmente teve fim o longo processo de cassação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Seu mandato foi cassado por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções. Foram 193 votos a mais do mínimo necessário para a cassação do larápio.

Foi uma vitória dos movimentos de luta que bateram de frente com Cunha, com as mulheres à frente, e expressão do rechaço popular cada vez maior ao ex-presidente da Casa e de todo o Congresso Nacional. Pesquisa do Datafolha de abril mostra que nada menos que 77% da população defendiam a cassação do peemedebista.

Longe de aplacar a enorme crise que ronda o Planalto e o Congresso Nacional, com o ódio a Temer e aos parlamentares de forma geral crescendo a cada dia, a deposição de Cunha só tende a aprofundar esse clima de instabilidade. Sem o mandato e o foro privilegiado, as duas ações que responde no Supremo Tribunal Federal vão para as mãos do delegado Sérgio Moro, em Curitiba. Com o risco iminente de passar alguns anos atrás das grades, Cunha pode abrir o bico e implodir esse governo e boa parte dos atuais deputados. “Amanhã será com vocês também“, disse em tom ameaçador durante sua defesa, referindo-se aos 160 deputados que respondem a algum tipo de acusação.

A queda de Cunha também responde à tese do “golpe” contra Dilma, que afirmava que o impeachment da presidente fazia parte de um plano para salvar o deputado. Ao final, os dois antigos aliados morreram abraçados.

Ascensão e queda de um bandido
A carreira política de Cunha teve início em 1982, durante a campanha de Eliseu Resende (PDS), ex-ministro do ditador Figueiredo, ao governo de Minas Gerais. Começou a ganhar notoriedade quando foi convidado pelo ex-tesoureiro de Collor, PC Farias, para coodernar a campanha à presidência. Recebeu como recompensa a presidência da Telerj, quando os escândalos de corrupção começaram.

Nos anos 1990 se aproximou de Garotinho e das igrejas evangélicas do Rio, onde construiu sua base eleitoral. Como deputado federal, tornou-se representante do chamado “baixo clero”, aqueles deputados sem expressão política que vivem nas sombras à espera das migalhas que caem em forma de cargos, emendas e outras vantagens.

Na campanha de 2010, Eduardo Cunha ajudou Dilma a se aproximar do público evangélico, tendo em mãos a “Carta ao Povo de Deus”, documento no qual a então candidata do PT abria mão de lutar pelos direitos das mulheres e LGBT’s em troca da aliança com o setor fundamentalista.

Na recente crise política, já como presidente da Câmara, Cunha travou um acordo com o PT para segurar o pedido de impeachment de Dilma em troca de não avançar seu processo no Conselho de Ética. O aprofundamento da crise fez explodir o acordão, defendido até o último momento por Lula (leia mais aqui).

Agora falta Temer e esse Congresso
O homofóbico, machista e racista Eduardo Cunha já vai tarde. Falta agora esse bandido ir pra cadeia e ter seus bens confiscados. E falta cair seu aliado Michel Temer e esse Congresso Nacional de corruptos financiados pelas grandes empreiteiras. Fora Temer! Fora todos eles! Por eleições gerais, com novas regras.