O conjunto de ataques ao povo trabalhador brasileiro resultará num corte de 60 bilhões de reais no orçamento de nosso país. Essa ofensiva é resultado da política econômica de Dilma Rousseff (PT) e dela se desprendem a tentativa de retirada de direitos históricos dos trabalhadores. As MP’s 664 e 665, editadas pela própria presidenta, em tramitação no Congresso, restringem o acesso dos trabalhadores ao abono do PIS, ao seguro-desemprego, a pensão por morte e ao auxílio defeso dos pescadores. É nessa mesma toada que se desenrola a aprovação do PL 4330, o das terceirizações, somado a milhares de demissões já impostas nos diversos ramos de nossa economia, em especial na indústria.

Contra essa política, inúmeras paralisações, manifestações e greves se espalham pelo país. Os trabalhadores reagem e demonstram disposição de ir às ruas, como fizeram no último dia 15 de abril, quando a CSP-Conlutas,  juntamente a CUT, NCST, CTB e Intersindical, convocaram e realizaram um dia nacional de paralisação. Em quase todos os estados da federação houve atrasos, bloqueios de vias, greves, paralisações e manifestações unitárias em protesto contra a terceirização e a retirada de direitos. Em vários desses estados, sindicatos de base, ligados à Força Sindical, se somaram às ações.

Como resultado da força acumulada no dia 15 de abril, agora está sendo convocado, para o próximo dia 29 de maio, um novo dia nacional de paralisação, rumo à greve geral. As entidades se ancoram, para construção dessa ação, nos atos realizados no 1° de maio que, em alguns casos e estados, tomou um caráter mais independente e de oposição de esquerda ao governo Dilma. Para o dia 29 de maio não há que ter dúvida, temos de parar o máximo possível da produção, ocupar as ruas e enfrentar, com os métodos de nossa classe, o governo Dilma, seus ministros e aliados e desmascarar a oposição burguesa capitaneada pelo PSDB. Vamos botar o bloco na rua!

A luta contra o PL 4330 não pode encobrir manobras para aprovar as MP’s de Dilma
Os trabalhadores devem manter-se implacáveis na luta para impedir a aprovação das MP’s 664 e 665 da Dilma-PT. A oposição da CSP-Conlutas e o combate contra a terceirização não podem encobrir as manobras que o governo e o Congresso estão adotando para aprovar essas medidas que restringem o acesso aos PIS, seguro-desemprego, pensão por morte e o auxílio defeso dos pescadores. O papel das centrais sindicais não pode significar um apoio a qualquer negociação ou “mediação” em relação a esses ataques. Não há o que negociar; qualquer postura assim vai significar apoio ao governo e legitimar ataque aos trabalhadores.

As MP’s e o PL das terceirizações são parte do mesmo pacote de maldades que compõem o ajuste fiscal que corta R$ 60 bi, para garantir os compromissos com pagamento de juros e serviços da dívida pública. Podemos barrar esses ataques, o caminho é a Greve Geral! A CUT e as outras centrais não podem entrar e contribuir com essa manobra. A luta contra o PL 4330 não pode encobrir manobras para aprovar as MP’s de Dilma.

Unidade para fortalecer a luta, liberdade para enfrentar o governo e os patrões!
O espírito e a dedicação na consolidação da unidade para enfrentar os ataques dos governos e dos patrões e defender nossos direitos é uma necessidade mais que premente hoje. É uma condição para construirmos de fato a Greve Geral. Dessa maneira, não cabe nenhum veto a liberdade de expressão e opinião de qualquer setor do movimento de massas que, ainda que seja por uma única pauta comum, se unificam. Essa afirmação se faz necessária tendo em vista que na construção do último ato no 1° de maio em São Paulo foi negado à CSP-Conlutas o direito de fazer críticas a Dilma. Tal atitude partiu da direção da CUT, mas, lamentavelmente, não obteve nenhuma reação contrária do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), das outras centrais e nem mesmo do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

Nós compreendemos, embora o critiquemos duramente, o viés governista da direção da CUT, porém parabenizamos a postura unitária que nos moveu no último dia 15 abril, dia nacional de paralisação que moveu centenas de milhares de trabalhadores às ruas contra as MP’s da Dilma e o projeto de terceirização. É assim que devemos repetir na construção do dia 29 de maio. Fazer o oposto, repetindo os episódios da preparação do 1° de maio é, na verdade, montar uma ação de viés governista, disfarçada de luta “contra a direita”.

Vamos juntos, rumo à Greve Geral, em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra as MP’s de Dilma-PT e PL 4330, das terceirização. A hora é agora; o Brasil precisa de uma Greve Geral.