Bases da FNP
Na base do Sindipetro-LP, o Litoral Norte continua na vanguarda do movimento com a adesão de supervisores e coordenadores e a queda na produção do Tebar, em São Sebastião. O terminal hoje opera com 20% da capacidade e está sendo conduzido pelo grupo de contingência. O impacto da greve tem sido tão forte que estão vindo, de várias partes do país, gerentes e diretores para operarem a planta. Na UTGCA, em Caraguatatuba, os trabalhadores em greve continuam se revezando para manter a escala (12 horas) que fariam se estivessem trabalhando. A adesão é de 100% da operação, 100% da manutenção do nível médio (exceto supervisores), 60% SMS e 30% do administrativo.

Mesmo em meio ao movimento grevista, a diretoria do Sindipetro-LP se preocupa com a situação das unidades do Litoral Norte, com a comunidade que vive em torno e do meio ambiente e por isso, acionando alguns órgãos públicos, como a Cetesb, Ibama e as prefeituras da região para solicitar a fiscalização das condições desses locais.

No Terminal da Alemoa, em Santos, a greve continua e o local vem sendo operado pela equipe de contingência, assim como nas plataformas de Mexilhão e Merluza. Em Pilões, em Cubatão, o ADM segue com 100% de adesão e o grupo de turno com 50%. Na RPBC, o movimento continua forte com adesão de 100% do turno e 80% do ADM.

Nas bases de Alagoas/Sergipe, a greve na Transpetro-AL segue firme. Nesta sexta-feira (6), os trabalhadores e trabalhadoras da área da operação estão concentrados em frente à sede da empresa. Gerente e operários terceirizados fazem alguns procedimentos, inclusive ferindo normas regulamentadoras com terceirizados realizando serviços alheios a sua função, o que aumenta os riscos de acidente e compromete a segurança dos trabalhadores e comunidade no entorno da planta.

Supervisor do Cic, centro de informação e controle das estações e do campo terrestre de carmopolis, entregou hoje a supervisão, aderindo à greve. A adesão desse setor, responsável pelo monitoramento e controle dos poços e transferência de petróleo para o Terminal de Atalaia, é de 100%.

A Fábrica de Fertilizante Nitrogenado de Sergipe está sendo operada de forma completamente irresponsável. Estão trabalhando apenas uma turma de operadores e a equipe de contingência, retidas dentro da fábrica desde o dia 31 de outubro, ou seja, há uma semana.

Em assembleia com os operadores de quase todos os grupos de turno, a categoria decidiu não fazer rendição até a segunda feira, dia 9. É uma enorme irresponsabilidade da empresa manter qualquer operação com esse quadro, em que os trabalhadores estão expostos a um grande desgaste físico que ameaça sua saúde e as operações realizadas.

Na noite de ontem, no Paraná esse tipo de conduta se transformou em tragédia. O supervisor de mecânica, Pedro Alexandre Bagatin, 48 anos, que integrava a equipe de contingência da Repar (PR), enfartou, dentro da refinaria e faleceu na manhã desta sexta-feira (6). Mais um triste exemplo de como a empresa põe a produção acima de qualquer coisa, inclusive da vida dos trabalhadores.

Fazemos um chamado a todos os companheiros petroleiros a não se submeterem, de nenhuma forma, a atividades que põem em risco suas vidas. E mais, a abandonar os postos de trabalho e aderir a greve.

A greve no Tecarmo segue com a força dos dias anteriores, adesão superior a 90%. Com a parada do CIC em Carmópolis, fica ainda mais comprometida a operação no terminal. Já não se houve o barulho dos compressores, sinalizando que a produção parou, mas essa informações será confirmada.

No Sindipetro PA/AM/MA/AP, os gestores da UO-AM estão pondo em risco a Estação Pólo Arara, em Urucu, em uma tentativa desesperada de burlar o movimento grevista e manter as unidades em operação contingência. Eles assumiram os painéis da sala de controle e incrementam produção na planta.

Uma total falta de responsabilidade e compromisso com a segurança. No Terminal de São Luis foi realizado um novo trancaço, onde o efetivo aderiu em sua totalidade. Atualmente, o terminal conta com apenas 3 operadores. A adesão é de 95% . No Terminal Belém, adesão de 95% dos trabalhadores próprios. Depois do trancaço de ontem no terminal, o gerente mandou escancarar os portões e colocou a segurança para intimidar os trabalhadores.

Na Sede Manaus, mesmo debaixo de uma forte chuva, no dia de hoje, e com interdito proibitório, os trabalhadores continuam em greve por tempo indeterminado.

Na Revap, em São José dos Campos, houve corte de rendição do grupo das 23h, das 7h e parte do adm. No período da manhã foi realizada assembleia para avaliar o movimento e foi deliberado a continuidade da greve.

Os petroleiros do Rio de Janeiro seguem fortalecendo o processo de luta da greve nacional da categoria. Nesta sexta (6), impactos na produção já começam a ser notados com mais força. No TABG, na Ilha do Governador, a greve segue forte com redução da produção. A comissão de contingência acordada com o sindicato está com o controle da produção. Os grevistas estão garantindo o abastecimento da população e as demandas mínimas. Não tem emissão de PT (permissão de trabalho), só questões de emergência recebem a permissão. Dessa forma, os terceirizados não conseguem trabalhar pois não tem encaminhamento das suas tarefas.

Só há operação de um navio por pier, reduzindo pela metade porque em condições normais pode-se operar dois simultaneamente. A equipe de contingência fez a opção de não desabastecer a população, garantindo a produção de GLP (gás de cozinha) e gás natural (usado em carro e no aquecimento de água). Os outros produtos estão com produção reduzida, entre eles propano, butadieno, petróleo bruto e outros derivados. Os petroleiros também estão com política de atraso no abastecimento de navios na baía de Guanabara.

No TBIG, em Angra dos Reis, a greve está forte com adesão de 80% no turno, quase 100% na manutenção e muito apoio no administrativo. O terminal está operando de forma irregular e insegura, com 2 grupos se revezando de 12 em 12 horas, utilizando pessoas em desvio de função e sem habilitação para desenvolver as atividades em curso. Em condições normais, o trabalho é desenvolvido por 5 grupos com escala de 8 horas. O sindicato solicita uma reunião formal com os gerentes para negociar contingência de acordo com a lei de greve.

No Centro Nacional de Controle de Operações da Transpetro, os trabalhadores aderiram à greve pela primeira vez na história. Essa unidade é responsável pela operação de cerca de 95% dos gasodutos e oleodutos da Transpetro em todo o país. Por esses dutos passam gás natural, petróleo, gasolina, álcool e diesel. A Petrobrás está cometendo a irresponsabilidade de colocar na operação desse sistema pessoas sem certificação e habilitação. Isso numa área considerada de segurança nacional coloca em risco a vida dos trabalhadores e da população em geral, além do meio ambiente. Nesse sentido, exigindo também o cumprimento do direito de greve, o Sindipetro-RJ entrou com ação na justiça do trabalho que acatou a denúncia. Um oficial de justiça irá até o CNCO para constatar esses problemas.

No CENPES, os trabalhadores de turno cortaram a emissão de PT (permissão de trabalho) e está havendo reuniões de setoriais para acumular rumo à greve. Nas demais unidades, o Sindipetro-RJ realiza ações de sensibilização, mantendo os trabalhadores em estado de mobilização.

Agora no fim da tarde de sexta (6), petroleiros e movimentos sociais realizam o ato “Somos Todos Petroleiros”. A manifestação que acontece na Candelária, em frente à Transpetro-Sede, tem como objetivo fortalecer a greve dos trabalhadores da Petrobrás e denunciar a venda de ativos da companhia.

Bases da FUP
Segue abaixo a última atualização do quadro de greve das bases da FUP. Assim que houver novas informações, atualizamos o quadro dos demais sindicatos.

Nas bases da FUP todas as 11 refinarias estão em greve (Reman, Clara Camarão, Lubnor, Abreu e Lima, Rlam, Reduc, Regap, Replan, Recap, Repar e Refap). Também estão na greve a SIX e Fafen-PR, assim como todos os terminais da Transpetro no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, na Bahia, no Espírito Santo, em Duque de Caxias, Amazonas, Ceará, Pernambuco, além de Guararema, Barueri, Guarulhos e São Caetano do Sul.

Na área de Exploração e Produção de petróleo, aderiram à greve 48 plataformas da Bacia de Campos, 06 plataformas no Ceará, 02 plataformas no Espírito Santo, além dos campos de produção terrestre na Bahia, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. Somam-se a essas, as unidades de tratamento e processamento de gás natural (ES, RN e CE), as usinas de biodiesel (MG, BA e CE) e as termoelétricas (Duque de Caxias, CE, MG, MS, RS, BA, RN).

LEIA MAIS
Greve nacional dos petroleiros enfrenta privatização, arrocho, corte de direitos e demissões

A crise da Petrobrás e o desafio da classe trabalhadora brasileira