Luiz Carlos Machado, do Rio de Janeiro (RJ)

Na última quinta-feira, 30, cerca de trinta pessoas estiveram na reunião que fundou o Comitê Popular da Ilha do Governador. A necessidade de lutar contra o desemprego que já afeta mais de 20 milhões brasileiros, as reformas da Previdência e trabalhista de Temer e todo o caos social que existe no país foram o estopim que levou operários demitidos do estaleiro Eisa, moradores das comunidades do bairro, servidores públicos e estudantes a se reunirem e criarem este instrumento de luta.

O Comitê Popular afirmou a necessidade da construção da Greve Geral no país, como vem chamando a CSP-Conlutas, para barrar as reformas e botar para fora Temer e todo o Congresso corrupto, resolvendo assim, participar ativamente do chamado das centrais sindicais a parar Brasil no próximo dia 28 de abril.

Outro tema discutido no comitê foi a importância da construção da luta direta e independente dos trabalhadores como único caminho para alcançar as vitórias. A tarefa colocada para os trabalhadores é a Greve Geral e não uma aposta nas eleições em 2018. Algumas organizações apostam no projeto “Lula 2018”, como a CUT e a Frente Brasil Popular, e outras organizações que atuam de forma ambígua como a Frente do Povo Sem Medo, fortalecendo esse projeto eleitoral. A campanha Lula 2018 não fortalece a luta e a construção da Greve Geral, ao contrário, divide o movimento, já que a maioria dos trabalhadores rompeu com Lula e o PT com toda razão, foram anos de ataques aos direitos. Basta lembrar que Lula aprovou uma reforma da Previdência privatista em 2003.

A privatização da Cedae e o pacote de maldade de Pezão são ataques a nível estadual que o Comitê se propõe a combater. As pautas do bairro também foram levantadas. As mulheres lembraram que não existe maternidade na Ilha, um bairro que possui cerca de 300 mil moradores, um verdadeiro absurdo, já que as mulheres precisam sair às pressas para realizarem o parto. Essa pauta fez refletir o combate às opressões e a necessidade do comitê de lutar cotidianamente contra o machismo, o racismo e a LGBTfobia.

A construção deste comitê na Ilha do Governador deve ser um exemplo para construção de outros comitês em outros bairros país afora. É necessário organizar os de baixo para barrar estas reformas e botar para fora Temer e o Congresso nacional; Pezão e a Alerj.